Nossa História

         Boletim Casa dos Espíritas nº 02
Caro Confrade, que sabe você sobre o Espiritismo em Lins? E você associado da “Casa dos Espíritas”, que sabe sobre a sua Entidade? Neste número e nos próximos procuraremos dar a você algumas informações a respeito deste assunto.
Infelizmente não possuímos elementos para partirmos com o nosso estudo desde a fundação da nossa cidade. Entretanto, por dedução, concluímos que onde existam homens, existem médiuns e entre estes existem aqueles idealistas que entregam parte de sua vida ao estudo e divulgação da Terceira Revelação. Logo podemos afirmar que o Espiritismo em Lins iniciou com a chegada dos primeiros núcleos habitacionais que a transformariam na então “Capital do Café”.
Entretanto, em que pese a carência de dados, podemos afirmar que à época da elevação de Lins a categoria de município já existiam agrupamentos de pessoas dedicadas ao estudo da Doutrina e congregados em centros trabalhavam em beneficio do seu próximo.
Em 1.931, a nossa cidade possuía em franco funcionamento pelo menos cinco associações espíritas, oficialmente organizadas e dirigidas por pessoas conceituadas na época. Esta situação de diversas Entidades isoladas, mas unidas na Fé, preocupavam os seus dirigentes que decidiram unir forças para um trabalho comum.
Naquela ocasião nossa cidade contava com os seguintes centros: “O Mensageiro do Órfão”, “C. E. Sinceridade e Fé”, “C. E. Amor e Caridade” e “C. E. Trindade e Luz”, e que estavam entregues à direção dos idealistas Pedro Severino Júnior, Júlio dos Anjos Gonçalves Salvador, Vicente do Rio Branco Paranhos, Antonio de Souza Costa, José dos Reis, Jovino de Carvalho, Antonio Teixeira, Dr. Luiz Parigot de Souza, Celestino Coelho, Simphronio Gonçalves, João Zambom, Manoel José da Silva Pereira, Pedro Batista Pereira e muitos outros.
A idéia de se fundar uma só Entidade que comandasse a Doutrina Espírita na cidade tomou vulto e nos meados de 1931, já se organizavam os primeiros estudos para a concretização do fato. A 22 de novembro de 1931, foi realizada a primeira reunião preparatória, com esta finalidade, com a presença dos senhores: Pedro Severino Júnior, pelo Centro “Mensageiro do Órfão”; Júlio dos Anjos Gonçalves Salvador pelo “C. E. Sinceridade e Fé”, Vicente do Rio Branco Paranhos pelo “C. E. Amor e Caridade” e José dos Reis pelo “C. E. Trindade e Luz”.
Nesta reunião ficou decidido que:
1 – A fusão dos Centros existentes passaria a se chamar “União Espírita Amor e Caridade”;
2 – Os bens patrimoniais passariam a pertencer ao grupo recém fundado, e;
3 – A nova Diretoria seria formada por elementos de todos os grupos participantes da fusão.
A 25 de novembro, foi realizada a segunda reunião com a finalidade de aparar as possíveis arestas antes que se der definitiva a fusão. A esta reunião estiveram presentes e se incorporaram à fusão os Srs. Silvio Campanelli e José Ferreira Passo, representando os Cs. Es. “Conforto dos Fracos” e “Ismael”, ambos de Guaiçara.
Tudo pronto para a fusão. Ficou marcada a data de 09 de dezembro para a reunião de eleição e posse da Diretoria da “União Espírita Amor e Caridade”.
Naquela data, sob a direção do Sr. Vicente do Rio Branco Paranhos foi instalada a reunião e nela eleita a nova Diretoria que ficou assim constituída:
Presidente: Pedro Longo Batista Pereira;
Vice Presidente: Vicente do Rio Branco Paranhos;
1º Secretário Manoel José da Silva Pereira;
2º Secretario: Francisco Fernandes Garcia;
1º Tesoureiro: Celestino Coelho;
2º Tesoureiro: Clodomiro Pereira de Barros;
1º e 2º Procuradores: João Zambom e João Palo, respectivamente:
Orador Stefano Aquari;
Fiscais: Antonio de Souza e Simpfronio Gonçalves.
A sede do “Centro Espírita Amor e Caridade” ficava à Rua Rio Branco (no local onde se acha instalada a “Casa de Banhos”.
Boletim Casa dos Espíritas nº 03
A Entidade nascente iniciou seus trabalhos em prol da Doutrina agora com força redobrada. Entretanto o objetivo não vingou.
A medida que a cidade foi crescendo, com a chegada de novos habitantes, também foi crescendo o número de espíritas e aficionados da 3ª Revelação, dando ensejo a formação de novos grupos, fazendo com que a “União Espírita Amor e Caridade” tivesse vida efêmera, desfazendo-se quase no nascedouro.
Ao atingirmos 1940, já o número de espíritas em nossa cidade era incalculável. Surgiu novamente a ideia de fusão, só que desta vez seriam tomados todos os cuidados para que a iniciativa não se perdesse novamente.
Os nossos idealistas persistiam na ideia de que se trabalhassem unidos poderiam fazer muito mais em prol da comunidade; poderiam construir abrigos, escolas, albergues, etc.
Em 1942, o “C. E. Sinceridade e Fé”, estava sob a Presidência do Dr. Pedro Batista Pereira. Neste ano este grupo recebeu em doação definitiva do Sr. Manoel Reis Gonçalves Salvador e D. Izaura Reis Gonçalves Salvador, o prédio onde funcionava a sua Sede, a escritura de doação foi lavrada pelo Cartório do 2º Oficio de nossa cidade em 05 de julho de 1942.
Dois anos mais tarde, exatamente a 05 de julho de 1944 o Dr. Pedro Batista comprava do Dr. Mario Pinto Avelar Fernandes, médico radicado em São Paulo, o terreno localizado na confluência das Ruas Regente Feijó e Luiz Gama, para nele se construir um Albergue.
Por seu turno, o “C. E. Amor e Caridade” havia adquirido o prédio da Rua Rio Branco, 379, onde passou a funcionar a sua Sede (Hoje este prédio é sede da Casa dos Espíritas).
O dinamismo e o alto espírito humanitário do Dr. Pedro Batista Pereira, levou o “C. E. Sinceridade e Fé” a iniciar de imediato a construção do tão almejado “Albergue Noturno Humberto de Campos”. Nesta altura dos acontecimentos o ideal da criação de uma sociedade espírita única já estava no clímax dos seus estudos. Unidos, seria mais fácil a construção da obra já iniciada.
Finalmente, após longos estudos, conseguiu-se chegar a um denominador comum e, a 07 de janeiro de 1944, foi realizada na Sede do “C. E. Amor e Caridade” a assembleia Geral para a fundação da União Espírita de Lins, “Deus, Cristo e Caridade”. A essa Assembleia participou um outro grupo em franco funcionamento em nossa cidade: O “C. E. Jesus é o Caminho” que tinha como Presidente o Sr. Benedito R. Silva.
Estiveram presentes à Assembleia, além do Sr. José Di Lello, Presidente do “C. E. Amor e Caridade”, o Sr. Pedro Batista Pereira e o Sr. Benedito R. Silva, bem como os associados das três Entidades.
Nessa Assembleia foi nomeada uma comissão com atribuições de elaborar os Estatutos da nova Entidade. Esta comissão foi presidida pelo Sr. Joaquim Evilasio Coelho.
A primeira Diretoria da “União Espírita de Lins - Deus, Cristo e Caridade”, foi eleita na data desta Assembleia e ficou assim constituída:
Presidente: Pedro Batista Pereira
Vice-Presidente: Manoel José da Silva Pereira
1º Secretario: Lourival Alonso
2º Secretario: Sidney de Paula
1º Tesoureiro: João Gonçalves
2º Tesoureiro: Antonio Lougon Moulin
Orador: José Di Lello
A esta Assembleia, além de pessoas gradas, convidadas para o evento e os associados dos centros, estiveram presentes e participaram da mesma os senhores: Felipe da Silva Lima, Amilcar André, Alfredo Cambiatti, Tertuliano Tertulino Pereira, Benedito Rodrigues da Silva, Joaquim Evilasio Coelho, José Masserano, Eduardo Machado e Hilário Ferreira da Silva.
Boletim Casa dos Espíritas nº 04
No número anterior tomamos conhecimento da formação da primeira Diretoria da União Espírita de Lins “Deus, Cristo e Caridade”.
Esta, de mangas arregaçadas, iniciou seu trabalho com a organização de Departamentos para o atendimento de todos os setores de sua atividade. Assim, enquanto uma equipe trabalhava na elaboração dos Estatutos definitivos a Diretoria organizava a distribuição de Diretores para os Departamentos já existentes e criava outros para o atendimento da parte de assistência social.
Os Centros que foram agregados, com a fusão, passaram a ter Diretores próprios, mas com funcionamento subordinado a Entidade Sede. Desta forma, o Grupo Espírita “Sinceridade e Fé”, passou a direção do Dr. Pedro Batista Pereira (que acumulou as funções de Presidente da Diretoria da UEL) e do Sr. José Masserano; o Centro Espírita “Amor e Caridade” à direção de Manoel José da Silva Pereira e Alfredo Cambiatti; o Centro Espírita “Jesus é o Caminho”, o Sr. Benedito R. Silva e Sr. Antonio Lougon Moulin; a Biblioteca Pública à direção da Sra. Maria Hernandez, a “Caixa de Socorro aos Necessitados” à Dª Izaura Bellazzi André; o Departamento de Assistência à Dª Arminda Nunes, e o Albergue Noturno “Humberto de Campos”, com sua construção em franca atividade, continuaria sob a responsabilidade da Diretoria da U. E. L.
Para a formação da “Juventude Espírita”, foi realizada uma Assembleia, com a presença dos Diretores da UEL e grande número de jovens espíritas, no dia 07 de janeiro de 1945 e por deliberação dos presentes ficou aprovada a sua criação com a denominação “Juventude Espírita Izabel Viana”.
O nome de “Izabel Viana” foi lembrado como patrona da Juventude pelos membros constituintes da Assembleia para prestar uma homenagem póstuma a uma jovem que residira na cidade de Bauru e que sua vida terrena mostrou-se possuidora de altos princípios de moral e amor aos ensinamentos de Cristo. O objetivo da Juventude seria congregar todos os jovens com idade superior a 13 anos e no máximo até 18 anos, para estudar a Doutrina Espírita e organizar escolas dominicais onde pudessem reunir as crianças desejosas de se iniciarem nos estudos do Espiritismo.
Boletim Casa dos Espíritas nº 05
Com os Departamentos funcionando normalmente, as vistas dos Diretores da UEL se voltaram para a conclusão das obras do Albergue Noturno. Entretanto não obstante houvesse de boa vontade da parte de todos os espíritas, as obras sofriam constantes interrupções, provocadas pela escassez de recursos financeiros.
Por volta de 1947, funcionava em nossa cidade o Centro Espírita “Euripedes Barsanulfo”, cuja sede estava instalada à Rua Campos Sales, 691 e do qual participava entre outros, os senhores: João Alarindo, Cezar de Vasconcelos, Amilcar André, Antonio Alfonso, João Pedro Nogueira e Dr. Abdias Nogueira. O grupo havia iniciado na cidade a construção do Hospital Espírita “Dr. Adolfo Bezerra de Menezes”.
A 28 de setembro de 1947, em reunião levada a efeito na Sede da U. E. L., os elementos que compunham a Diretoria do C. E. “Euripedes Barsanulfo”, solicitaram a cooperação da mesma na construção do Hospital e para que se obtivesse total êxito na tarefa, o grupo proponente uniu-se à U. E. L. incorporando à ela o seu Patrimônio, a exemplo das outras Entidades agregadas.
Como condições necessárias à efetivação da adesão o grupo exigia que:
1 – A União Espírita de Lins “Deus, Cristo e Caridade” se obriga a respaldar os alicerces do prédio em construção e que se destina ao “Hospital Bezerra de Menezes”, afim de não se perder os serviços já executados;
2 – A União Espírita se obriga a conservar o nome do Hospital que é Dr. Adolfo Bezerra de Menezes.
Com a aprovação da Diretoria da U. E. L., o Centro Espírita “Euripedes Barsanulfo” foi aceito de fato como adeso à mesma, passando a se denominar “Departamento Euripedes Barsanulfo”. Com esse novo entendimento decidiu-se paralisar-se as obras do Albergue Noturno, até que se terminassem os compromissos assumidos com a construção do Hospital.
No ano seguinte seria eleita a nova Diretoria da UEL, com elementos pertencentes aos dois grupos espiritas. Assim, em reunião realizada em 19 de janeiro, secretariada pelo Sr. Alvaro Cardoso, constituiu-se a mesma com os seguintes elementos:
Presidente: Pedro Batista Pereira;
Vice Presidente: Cesar de Vasconcelos;
1º Secretário: Antonio Alfonso;
2º Secretário: Hilário Ferreira da Silva;
1º Tesoureiro: Antonio Lougon Moulin;
2º Tesoureiro: João Gonçalves;
Zelador: Edmundo Passini;
Orador: Messias Alves Ferreira
Conselheiros: José Alarindo de Freitas, José Posetti, Leonidas Martins, José Masserano, José Pedro Nogueira, Amilcar André, Anísio Martins Costa, José Cirino, Manoel José da Silva Pereira e Francisco Teixeira de Melo.
Os grandes trabalhos a executar, a par dos não pequenos compromissos assumidos pela Diretoria da U. E. L., transformaram o ano de 1948 em um período difícil para a família Espírita de Lins, a qual no afã de construir para o bem da Comunidade, não conseguia evitar que surgissem ideias divergentes no seio da Entidade.
Com referência ao “Departamento Euripedes Barsanulfo”, em que pese ter aceito unir-se à UEL, esta união em termos jurídicos nunca se efetivou. As obras iniciadas, embora com extrema dificuldade continuaram a ser executadas e, a 17 de janeiro de 1949, o Albergue Noturno foi dado como em condições de uso e procedida a sua inauguração, embora não estivesse totalmente terminado.
Já podíamos dar pouso e um pouco de conforto, gratuitamente aos menos afortunados que se dirigissem ao Albergue. Nos primeiros dez meses de funcionamento foram abrigados 1888 pessoas.
Com o Albergue funcionando, os esforços foram somados para as obras do Hospital. Neste mesmo ano, no mês de outubro, foi constituída a “Comissão Pró Construção e Prosseguimento das Obras do Hospital Dr. Adolfo Bezerra de Menezes”, que tinha sobre si a responsabilidade dar continuidade à construção e manter-se em contato com a Diretoria da UEL. A Comissão estava composta dos Senhores:
Presidente: Antonio Alfonso;
1º Secretário: João Alarindo de Freitas;
2º Secretário: Hilário Ferreira da Silva;
1º Tesoureiro: Antonio Lougon Moulin;
2º Tesoureiro: João Gonçalves;
Diretor de Construção: Engenheiro José Masserano;
Membros: Francisco Teixeira de Melo, Ramiro Vieira, Otávio Noronha Ribeiro, José Cirino, Olimpio Vieira, Sargento Emilio Armando Mathos, Sargento Claudino Geraldo da Silva, José Pedro Nogueira, Amilcar André, Alfredo Cambiatti, Durval Alves, Alvaro Cardoso, Gervásio de Lima e Arlindo B. Correia.
Com essa Comissão estruturada, tanto as obras da construção como as atividades da Diretoria da UEL, transcorreram normalmente até 1952.
Neste ano foi fundada em Lins a UMEL (União Municipal Espírita de Lins), com a finalidade de unificar a direção e organizar o movimento espírita municipal. Compunha-se de elementos pertencentes a todos os grupos espíritas constituídos na cidade.
A sua organização se deu em 07 de setembro de 1952, e os Estatutos foram registrados em 28 de agosto de 1957.
Em abril de 1958, a Diretoria da União Espírita de Lins, iria ter grandes problemas a resolver. Ideias divergentes vieram provocar o pedido de demissão de diversos elementos. Por sua vez, o Dr. Pedro Batista Pereira, que ainda ocupava as funções de Presidente da Entidade, sentindo-se sem condições de continuar em seu posto, viria também colocar o seu cargo a disposição do Conselho, após mais de 15 anos de serviços prestados a UEL e ao Espiritismo em Lins.
Com a cisão havida na Diretoria, o Conselho Deliberativo se reuniu a 1º de maio, elegendo os seguintes elementos:
Presidente: Paulo Guimarães;
Vice-Presidente: Amilcar André;
1º Secretario: Jorge Figueiredo;
2º Secretário: Tenente Paulo Sergio Borba Nunes;
1º Tesoureiro: Tenente João Rodrigues Felicidade;
2º Tesoureiro: Alfredo Cambiatti;
Representante junto aos Departamentos: Antonio Alfonso;
Orador: Capitão Raphael Citadino de São Paulo;
Zelador: Martinho Frederico Wieck.
Retornando novamente os trilhos, a UEL continuou sua tarefa em ritmo normal até o ano de 1958. Embora nas eleições bianuais houvessem alterações nos demais cargos, o Sr. Paulo Guimarães continuou a frente da Entidade até novembro de 1969, quando transferiu sua residência para a cidade de Bauru.
Durante o período de sua gestão foram elaborados os regulamentos da Mocidade Espirita Izabel Viana, Albergue Noturno “Humberto de Campos” e da Biblioteca Espírita, e o ponto alto de sua administração foi a reforma total dos Estatutos da entidade em 1968. A principal modificação estatuária foi a mudança do nome da União Espírita de Lins “Deus, Cristo e Caridade” para “Casa dos Espíritas”.
Convém ressaltar que esta alteração foi muito importante para identifica-la da UMEL, pois até aquela data muita confusão se fazia para compreender as atribuições da UEL e UMEL. O período restante ao mandato do Sr. Paulo Guimarães, foi preenchido pelo Tesoureiro, Nilson Pinheiro.
Em 1970, foi composta a atual Diretoria cujo mandato vigirá até o próximo mês de janeiro de 1973, e está composta dos seguintes diretores:
Presidente: Nilson Pinheiro;
Vice-Presidente: Edgar Castro Coelho;
1º Secretario: José Garcia Martins;
2º Secretário: Prof. José Constantino Real;
1º Tesoureiro: Cassio Casarini de Carvalho;
2º Tesoureiro: Nélio Alfieri.
Prezado confrade, neste número encerramos a publicação dos apontamentos que nos foi dado recolher sobre a biografia da “Casa dos Espíritas”. Esperamos ter contribuído de alguma forma para ilustrar e reviver alguns pontos interessantes da Doutrina Espírita em nossa cidade.

(OS) – Este trabalho foi compilado tomando por base informes retirado dos livros de Atas da Casa dos Espíritas. Lins (SP), 02/12/1972.


NOSSA HISTÓRIA

CASA DOS ESPÍRITAS   (continuação)

Em janeiro de 1973,foi eleita a nova diretoria da Casa para o período de  janeiro de 1973 a janeiro de 1975 (biênio), nesse período além da manutenção normal  das atividades da Casa dos Espíritas, foram tomadas várias providências com relação a construção da nova sede da  “Casa”, a ser edificada na rua Paulo A. Giraldi, esquina com a rua Rio Branco,  como a elaboração de plantas e outras providências burocráticas para o início das obras.

Fim do mandato da diretoria (jan/73 a jan/75), no dia 19/01/1975, pelo Conselho Deliberativo da Casa, foi eleita a nova diretoria, para o biênio  jan/75 a jan/77, que ficou assim constituída:

Presidente: Arquimedes Brumati

Vice-Presidente: Hans Loosli
1º Secretário: Nilson Pinheiro
2º Secretário: Joaquim Tomaz Sanches Madureira
1º Tesoureiro: Cássio Casarini de Carvalho
2º Tesoureiro: Anibal Rossignoli Filho

Nesta gestão foram desenvolvidas várias atividades doutrinárias, com a organização do Departamento Doutrina, que disciplinou as sessões de estudos com cursos apostilados, dentro dos princípios estabelecidos pela codificação kardequiana, bem como as sessões de passes e mediúnicas.

Na parte administrativa, foram realizadas várias reuniões e palestras para os diretores e conselheiros, visando orientar os mesmos para as obrigações de caráter  administrativo, com o Economista Reynaldo Becari.

Construção da nova sede: Com as primeiras providências tomadas pela diretoria anterior, a diretoria eleita em janeiro de  1975  estabeleceu como meta prioritária a construção da nova sede social da Casa dos Espíritas, em terreno onde funcionou a Casa de Banhos, na esquina da rua Rio Branco com a rua Paulo Aparecido Giraldi.  As primeiras providências foram: estabelecer as diretrizes, os programas, em fim o planejamento para  tão grande e importante empreendimento. 

Criação de Grupos para a construção da nova sede:

Para a distribuição de funções e de trabalho, foi criada a Comissão e Grupos , prol construção da nova sede, sendo que essa Comissão foi divida em seis (6) grupos de trabalho, assim classificado;

Grupo de contratação de pessoal
Componentes: Hans Loosli, Joaquim T.S. Madureira e Nicanor Gonçalves

Grupo de análise de contratos
Componentes: Aylton Guido Coimbra Paiva, Cel. Benedito Rodrigues e Cássio Casarini de Carvalho

Grupo de compra de material
Componentes: Antônio Alfonso, Hans Loosli e Fructuoso Queiroz Pimentel

Grupo de fiscalização e acompanhamento da obra
Componentes: Irajá Pereira Cardoso, Lauro Penteado Camargo

Grupo da campanha financeira
Aylton Guido Coimbra Paiva e Anibal Rossignoli Filho.

Grupo de venda de imóveis
Componentes: Antônio Alfonso, Nilson Pinheiro e Anibal Rossignoli Filho

Coordenador Geral:  Arquimedes Brumati.
A partir dessa organização, passou-se a trabalhar a todo “vapor” com diversas reuniões, onde foram tomadas resoluções importantes e reais visando a arrecadação de recursos para as primeiras etapas da obra a ser iniciada, como por exemplo a 1ª Campanha das Notas Promissórias, comprometimento de vários colaboradores com pagamento mensais de valores, durante aproximadamente doze meses; a 2ª Campanha dos Chaveiros, quando se vendeu chaveiros personalizados com estampa de uma rosa, sendo que essa campanha alcançou um resultado apenas razoável. Simultaneamente a essas campanhas de arrecadação de recursos, providências outras como a Venda de Imóveis, conforme autorização em Assembleias Gerais realizadas em 21.04.74 e 02.08.75, dos seguintes imóveis: Terreno situado nas confluências das ruas Glicério com a José Francisco Ribeiro; terreno localizado à rua Pirajuí – Vila Ribeiro, prédio com terreno localizado à rua Bahia, e ainda a sede da rua Rio Branco, 379, centro da cidade, sendo esta a primeira grande transação, vendida ao Sr. Wadner Cuculo, pela importância de Cr$ 180.000,00 (Cento e oitenta mil cruzeiros), nas seguintes condições: Uma entrada de Cr$ 30.000,00 (trinta mil cruzeiros), em 18.08.75 e mais 10 promissórias de Cr$ 15.000,00(quinze mil reais), vencíveis todo dia 18 de cada mês, a partir de 18.09.75, com o prazo de entrega do imóvel em fevereiro de 1976. Foi vendida ao Sr. Zaide Plaça, o terreno da rua Glicério, com a José Francisco Ribeiro, na Vila Ribeiro, pela importância de Cr$ 35.000,00 (trinta e cinco mil cruzeiros), nas seguintes condições : Cr$ 15.000,00 (quinze mil cruzeiros) de entrada , dia 17.12.75, e mais duas (2) parcelas de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros), vencíveis em 17.02.76 e 17.04.76.
Construção propriamente dita da nova sede
Para a construção da nova sede da Casa dos Espíritas, foram contratados os serviços dos engenheiros Sebastião Conti Netto e Claire Campitelli Conti, pela importância de Cr$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos cruzeiros), que completaram e regularizaram as plantas e demais documentos atinentes à obra, ficando responsáveis pela administração da mesma. Contratamos para a mão de obra os serviços da Ascom Construtora Ltda., de propriedade do Sr. Walter Ariano Moi, firma essa que ganhou a concorrência, após reunião da Comissão com a Diretoria da Casa, com o valor de Cr$ 149.354,96 (cento e quarenta e nove mil, trezentos e cinquenta e quatro cruzeiros e noventa e seis centavos), com a distribuição dessa importância em sete (7) parcelas, vencendo a primeira em 26/06/75, no valor de Cr$ 21.420,00 (vinte e um mil, quatrocentos e vinte cruzeiros) e o restante, seis (6) parcelas vencíveis a cada trinta (30) dias, ou conforme as medições, com término previsto para 26.12.75.
A construção da nova sede teve início em 26.05.1975, sendo que para isso já tínhamos os primeiros materiais adquiridos, como: ferro, tijolos, cimento e outros. Muitas foram as colaborações que recebemos, onde podemos destacar o madeiramento, inclusive o tapume, doadas pelo Banco Bradesco que acabara de concluir a sua nova e bela agência, colaboração possível pela atuação do nosso 2º tesoureiro, Sr. Anibal Rossignoli então subgerente do Banco e também do Sr. José Arroio Pulga, gerente na época, a quem nos muito agradecemos. Tivemos também a ajuda valiosa da Prefeitura Municipal de Lins, cujo prefeito Dr. Rubens Furquim, nos doando todo o material de um barracão do antigo 4ª BC (quartel do exército) que havia se mudado para as novas instalações. Desse barracão foram tirados tijolos que serviram para o contra piso, bem como o madeiramento e telhas para a cobertura do prédio.
Foi assim, com muito trabalho e colaboração de várias pessoas e união do grupo que durante os anos de 1975/1976 a construção da nova sede, tornou-se uma realidade, sendo que no mês de abril de 1976, programou-se uma série de palestras, com diversos oradores de renome, para marcar as atividades na “nova” Casa dos Espíritas.
O Programa de inauguração, durante o mês de abril, foi assim organizado:
Dia 03(sábado) palestra com o Dr. Jarbas Marinho, membro do Instituto de Psicobiofísica de São Paulo; Dia 04 (domingo) palestra com Richard Simonetti e Sidney Fernandes, membros da União Municipal Espírita de Bauru e do Centro Espírita Amor e Caridade; Dia 10 (sábado) palestra com o confrade Felipe Salomão, membro da União Municipal Espírita de Franca; Dia 11(domingo) palestra com o confrade Israel Antônio Alfonso, membro do 23 Conselho Regional Espírita; Dia 17 (sábado) palestra com o Dr. Orlando Ayrton de Toledo, membro do Centro Espírita Obreiros do Bem, da cidade de Araraquara; dia 18 (domingo) palestra com o Prof. José Jorge, membro do Conselho Federativo da Federação Espírita Brasileira do Rio de Janeiro; dia 24 (sábado) palestra com o Prof. Rodrigues Ferreira, membro da União Municipal Espírita de São José do Rio Preto; Dia 25 (domingo), palestra com o confrade Dr. Antônio Cesar Perri de Carvalho, membro da União Municipal Espírita de Araçatuba, encerrando o Ciclo de palestras alusivas a inauguração da nova sede.
Concluído o prédio, partiu-se para a adequação de suas instalações, de conformidade com as necessidades e exigências para o bom funcionamento, sendo que aí contamos mais uma vez com a colaboração do Vice-Presidente Hans Loosli, que dou cadeiras universitárias num total de 120, também para a sala do jardim foi devidamente equipadas com mesinhas e cadeirinhas. Para o salão de palestras, conseguimos junto à empresa Peduti de Botucatu a doação de 160 cadeiras de cinema, que depois de devidamente recuperadas pela empresa Indústria Colombia, foram instaladas e depois completas com a doação também da empresa Peduti, que na época estava desativando os cinemas, desta feita vieram da cidade de Getulina. Outras doações de aquisições de móveis foram sendo conseguidas e a nova sede estava pronta para as atividades funcionais.

A Casa dos Espíritas, tem hoje atividades doutrinárias e assistências em todos os dias da semana, atendendo as pessoas com instruções, amparo espiritual e assistencial. 

Lins (SP) 29/07/2018

Casa dos Espíritas – Lins (SP)


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