domingo, 16 de dezembro de 2018

Fragmentos de luz


                               A tormenta da geada
                               Castigando os cafezais,
                               É igual ódio sem freio
                               Que castiga quem o traz.
                                               Na vida pura da gente
                                               Quanto bem que a gente faz,
                                               Azedume no trabalho
                                               É pra quem caminha atrás.
                               Tenha cuidado na rua
                               Automóvel vai e vem,
                               Se cochilar perde a vida 
                               Vai acordar no Além.
                                                Cacau maduro no pé
                                                O vento não joga ao chão,
                                                A luz que vem da cabeça
                                                Ilumina o coração.

                                                                      (Um amigo Espiritual).

(Psicografado por: Nelson Nascimento em reunião dos trabalhadores da casa dos Espíritas em 27/ 09/2017).

domingo, 9 de dezembro de 2018

A nostalgia do Natal


Um amigo dizia:
– Não sei por que, o Natal traz-me indefinível nostalgia, relacionada com algo importante, esquecido no passado... Talvez uma ligação afetiva, uma situação mais feliz ou – quem sabe? – a própria pureza perdida...
Embora estejamos diante de um paradoxo, já que a gloriosa mensagem natalina deve inspirar sempre alegrias e esperanças, muitos experimentam esse sentimento, associado a situações do pretérito, na existência atual ou em existências anteriores, mas, basi­camente, trata-se da melancolia por um ideal nunca realizado.
O magnetismo divino que emana da manjedoura, nas comemorações natalinas, estabelece o confronto entre as propostas do Evangelho e a realidade de nossa vida. Do distanciamento entre o que somos e o que Jesus recomenda, sustenta-se a nostalgia.
O simples fato de se comemorar o Natal com festas ruidosas, regadas a álcool, com desperdício de dinheiro e de saúde, em detri­mento dos que não têm o que comer, demonstra como estamos longe dos valores de fraternidade preconizados pela mensagem cristã. Curiosa situação essa, em que se festeja um aniversário esquecendo o aniversariante e, sobretudo, o significado de seu natalício.
Lembram-se dele os fiéis nas horas difíceis, esperando por suas providências salvadoras, e até mesmo que opere o prodígio de fazê-los felizes, mesmo sem o merecerem.
É preciso superar semelhantes equívocos e assumir nossas responsabilidades, a partir da compreensão de que Jesus veio para nos ensinar a viver como filhos de Deus. Como o fazem os professores eficientes, exemplificou suas lições, vivendo-as integralmente, desde a humildade, na manjedoura, ao sacrifício, na cruz. Usando imagens claras e objetivas, retiradas do cotidiano, Jesus fala-nos com a simplicidade da sabedoria autêntica e a profundidade da verdade revelada.
Aos que condenam, demonstra, na inesquecível passagem da mulher adúltera, que ninguém pode atirar a primeira pedra, porque todos temos mazelas e imperfeições...
Aos que se perturbam com dificuldades do presente e temores do futuro, recomenda que procurem o Reino de Deus, cumprindo a sua justiça com empenho por levar a sério seus deveres, agindo com retidão de consciência e “tudo mais lhes será dado por acréscimo”...
Aos que se apegam aos bens materiais, recorda que não se pode servir a dois senhores – a Deus e às riquezas – e relata a experiência de um homem ambicioso que ergueu muitos celeiros e amealhou muitos bens, mas morreu em seguida, sem poder desfrutá-los, nada levando para o Além senão um comprometedor envolvimento com os enganos do Mundo...
Aos que usam de violência para fazer prevalecer, seus interesses, esclarece que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”...
Em todos os momentos, em qualquer dificuldade ou problema, temos no Evangelho o roteiro precioso a definir a melhor atitude, o comportamento mais adequado, a iniciativa mais justa.
Consumimos rios de dinheiro à procura de conforto, prazer, distração, buscando o melhor para nossa casa, nossa aparência, nossa saúde, e deixamos de lado o recurso supremo, que não custa absolutamente nada: as lições de Jesus.
Se o fizéssemos saberíamos que muitas vezes temos procurado a felicidade no lugar errado, à distância do que ensinou e exemplificou o Cristo, colhendo, invariavelmente, desilusões.
Como reflexão natalina, consideremos o desafio que Jesus nos propõe: encararmos a realidade, compreendendo que a jornada terrestre tem objetivos específicos de renovação e progresso que não podem ser traídos, sob pena de colhermos frustrações e desenganos, em crônica infelicidade. Para vencê-lo é indispensável que nos disponhamos a seguir o Cristo, imprimindo suas marcas em nós, a fim de que sejamos marcados pela redenção.


Richard Simonetti
e-mail: richardsimonetti@uol.com.br

domingo, 2 de dezembro de 2018

Saiba ver a vida


A Doutrina Espírita diz que todos nós, como criaturas do Supremo Criador – Deus, fomos criados para vivermos a felicidade.
Criados simples e ignorantes todos nós, espíritos imortais, deveremos caminhar para a perfeição compatível com a criatura.
Conforme a questão nº 115 de O Livro dos Espíritos: “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-lo e de os fazer chegar progressivamente à perfeição. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade”. (1)
Nessa caminhada deveremos, gradativamente, desenvolvermos: a inteligência, os sentimentos e as emoções.
Por isso é muito importante como “vemos a vida”!
Vou relatar uma história muito elucidativa:
“Conta-se que uma indústria de calçados do Rio Grande do Sul, vendo que o mercado interno estava bastante competitivo, pensou em exportar sapatos para a Índia. Após elaborar um detalhado projeto, enviou dois consultores para lá, a fim de realizarem algumas pesquisas de campo e analisar o potencial de mercado do país.
Após algumas semanas, um dos consultores enviou o seguinte e-mail à diretoria da empresa:
- Senhores, cancelem o projeto de exportação de calçados para a Índia, pois aqui ninguém usa sapatos.
Os diretores ficaram pensativos, mas resolveram esperar o segundo consultor. No dia seguinte, receberam a mensagem:
- Senhores tripliquem o projeto de exportação de calçados para a Índia, pois aqui ninguém usa sapatos, ainda. (2)
Observemos como as situações da vida podem ser apreciadas de forma diferentes: de forma positiva ou de forma negativa.
No caso relatado, um consultor pessimista vê o fato: pessoas não usam sapato, de forma pessimista; o outro consultor vê o mesmo fato de forma otimista.
A situação de as pessoas não usarem sapato, porque andam de sandália ou mesmo descalças é um fato que pode ser encarado de forma pessimista ou otimista.
Sob o aspecto pessimista, ou melhor, realista, constata-se a natural dificuldade em abrir um mercado novo para esse possível cliente, no entanto, de forma otimista pode-se considerar o potencial que esse mercado oferecerá se for adequadamente motivado para o uso do sapato.
Assim, de maneira geral, são os fatos em nossas vidas.
A nossa sensibilidade é fundamental para sermos realistas, buscarmos novas soluções, abrir novos horizontes, encontrar respostas eficientes para os desafios.
“Na obra citada encontramos, ainda, os questionamentos:
Com qual dos consultores você mais se identifica?
De modo geral, você é otimista ou pessimista? Porque?
Como pode melhorar essa postura? (3)
Entre os dois extremos: pessimista e otimista, acreditamos que a melhor postura mental e de conduta é a: realista.
E o que seria a conduta realista?
É ter condições de ver em todas as situações os valores que nos levam ao otimismo e, também, todos os fatores que nos puxam para o pessimismo.
Contrabalançar esses dois extremos é viver de forma saudável e construtiva.
É saber ver a vida pela ótica da verdade.
Daí lembrarmos a afirmativa do Mestre Jesus: “Conhecereis a Verdade e ela vos fará livres”.
  
Bibliografia:
(1) – O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – Ed. FEB. Pág. 115;

(2) – Parábolas de Liderança, Darlei Zanon, Ed. Paulus, pág. 28;

(3) – Parábolas de Liderança, Darlei Zanon, Ed. Paulus, pág. 29.
  
Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 01/06/2012, no Jornal Correio de Lins