domingo, 29 de abril de 2018

A expressão do Bem e do Mal


A BONDADE:         Causa sentimento de paz interior.
     A MALDADE:    Causa euforia e falsa satisfação.
A BONDADE:         Angaria gratidão e respeito.
    A MALDADE:     Angaria inimigos.
A BONDADE:         Propicia Merecimento e virtude
   A MALDADE:      Propicia Resgate e sofrimento.
A BONDADE:         Eleva
   A MALDADE:      Degrada e dificulta e evolução.
A BONDADE:         Aproxima-nos de Deus.
   A MALDADE:      Afasta-nos de Deus.
A BONDADE:         Ajuda-nos a prosperar no tempo.
   A MALDADE:      Estaciona-nos no tempo.
A BONDADE:         Anima, consola, Cura.
   A MALDADE:      Maltrata e Fere.
A BONDADE:         Renova Esperanças.
   A MALDADE:      Desacredita, e fomenta o ódio.
A BONDADE:         É um facho de Luz.
   A MALDADE:      É Treva intensa.
A BONDADE:         Enternece.
   A MALDADE:      Desespera .
A BONDADE:         É Terapia para a Alma.
   A MALDADE:      É Vírus Arrasador para a Alma.
A BONDADE:         É fruto do Amor. 
   A MALDADE:      É fruto do Rancor, do Ódio, da Inveja.
A BONDADE:         É Criação divina.
    A MALDADE:     É criação Humana. 
   Os espíritos foram criados Simples e Ignorantes, ou seja: tão aptos para o bem quanto para o mal, e a todos foi dado por Deus “O livre Arbítrio” para que possam seguir o caminho desejado, com a responsabilidade da reparação quando os seus atos venham a causar danos ou sofrimentos aos semelhantes e infringir as leis Divinas (ou Naturais), e assim conseguir alcançar a felicidade prometida, pelo mérito do seu esforço pessoal e da submissão aos desígnios da providência, com vistas à harmonia universal. Foi lhe dado também a noção do Bem e do Mal para que saiba discernir.
     O sofrimento a ser suportado por cada um, e o gozo da felicidade relativa que alcançamos, é o reflexo dos atos praticados (bons ou maus), e das intenções alimentadas ao longo do caminho percorrido através das diversas reencarnações.
     Diante desses ensinamentos da Doutrina Espírita, podemos chegar a conclusão de que “O AMOR” é o caminho seguro para buscarmos a felicidade relativa que esteja ao nosso alcance no atual estágio evolutivo.
      PENSE NISSO!
(Livro dos Espíritos, Questões: 115/122).
Nelson Nascimento
e-mail: nelson.nascimento1@yahoo.com.br

segunda-feira, 23 de abril de 2018

A morte da gata


         As duas meninas, sete e nove anos, brincavam na calçada.
        Nas proximidades, a gata rueira, impossível de ser contida nos limites da casa, como todos os felinos.
        A bichana resolveu atravessar a rua. Um automóvel aproximava-se, veloz. Ela esgueirou-se, rápido. Escapou por um triz, como sempre, valendo-se das “sete vidas” com que o imaginário popular brinda a agilidade dos felinos.
Certamente gastou a última, porquanto outro carro vinha em sentido contrário e a pobre foi colhida por rodas implacáveis.
        Em segundos expirava, velada pelas meninas que choravam em desolação, traumatizadas com a violência presenciada, inconformadas com a perda de sua Juju.
        – Papai, a Juju cumpriu um carma?
        – Não, filhinha. Animais não têm dívidas a pagar. São conduzidos pelas forças da natureza, sob orientação do instinto.
        – Mamãe dizia que era uma criminosa, destruidora de cortinas e estofados!
        – Não fazia por mal… Apenas afiava as garras, como todo felino.
        – Podemos orar por ela?
        – Certamente! Será como se lhe fizessem um carinho à distância.
        – Quando morrermos, vamos encontrá-la?
        – Talvez… As almas dos animais não costumam demorar-se no Além.
        – Animal também reencarna?
        – Sim. Faz parte de sua evolução.
        – Gato pode reencarnar como cachorro?
        – Sem dúvida, e também em outras espécies, em constante desenvolvimento, ao longo dos milênios.
        – Que bom papai! A Juju poderá voltar como filha de nossa Baby!
                               ***
        Tempos depois, Baby, a cadelinha, despejou no mundo quatro filhotes.
        As meninas encantam-se, particularmente com a menor.
        – Veja, papai! Tem a mesma cor de nossa Juju e até os olhos puxadinhos. Deve ser ela!
        – Pode ser, filhinha – sorriu o pai, condescendente.
Não seria caridoso contestar a animadora fantasia.
Afinal, não era impossível… Como devassar os meandros da evolução, a progressão das experiências, as espécies a que se liga o princípio espiritual, na longa jornada rumo à consciência?…
        – Podemos ficar com ela?
        – Se quiserem…
        – Vai chamar-se Juju.
        – Tudo bem.
Observando o entusiasmo das meninas, conjecturava o pai, com seus botões:
         “Ah! Vida abençoada! Sempre a brotar, irresistível, plena de esperanças, sobrepondo-se à desolação da morte!”

Richard Simonetti
e-mail: richardsimonetti@uol.com.br


domingo, 8 de abril de 2018

Preconceito


Diante do autor que autografava seu livro numa exposição, apresentou-se uma senhora mulata com o exemplar adquirido. Ele a cumprimentou, sorridente, e pediu seu nome.
– Iracema.
Passou, então, a escrever a dedicatória.
Em dado momento, ela o interrompeu:
– Por que o senhor escreveu meu nome com inicial minúscula?
– Desculpe, mas é assim que grafo o i maiúsculo. Pode notar que é maior do que as demais letras de seu nome.
– Não é nada disso! – respondeu ela, irritada.
E, tomando-lhe a caneta das mãos, rasurou seu nome na dedicatória, escrevendo por cima o que ela considerava a inicial correta. Livro debaixo do braço, afastou-se pisando duro, deixando aturdido o autor, bem como outras pessoas que aguardavam na fila.

***
Sabemos que o preconceito envolve vários segmentos da sociedade, nos aspectos cultural, espiritual, racial, religioso, algo que a reencarnação elimina.
Segundo a lei de causa e efeito, que sempre nos devolve o que fazemos ao próximo, não tenhamos dúvida de que o preconceituoso de hoje provavelmente estará amanhã, em futura experiência reencarnatória, vivenciando a condição daqueles que discriminou.
Lembro-me da revelação de um Espírito, em reunião mediúnica. Após ter sido cruel senhor de engenho no Brasil colonial, a judiar de seus escravos, reencarnou duas vezes no seio da raça negra, escravo também, para vencer o orgulhoso preconceito. E dizia:
– Foi uma bênção. Aprendi muito, principalmente a não discriminar as pessoas, independentemente de sua condição social, raça ou cor.
Nada melhor para nos ensinar a respeitar as pessoas do que a experiência de colher o desrespeito que semeamos.
No caso citado temos o preconceito invertido. Parte de alguém que fantasia atitudes discriminatórias do próximo a seu respeito, sempre com um pé atrás, procurando penugem em ovo.
Impossível ser feliz com semelhante comportamento. O problema é o orgulho. Se conjugarmos o verbo de nossas ações na primeira pessoa do singular, sempre cogitando de nossos interesses, estaremos propensos a cultivar preconceitos.
Podem vir de cima para baixo, das maiorias.
São aqueles que se julgam melhores que os outros, em face de sua etnia, da cor de sua pele, da posição social, da cultura, da profissão, da religião, do partido político…
Podem vir de baixo para cima, das minorias.
São pessoas que adotam postura de vítima, julgando-se perseguidas, injuriadas, incompreendidas, desprezadas... Tendem ao perturbador isolamento, imaginando que todos estão contra elas, sem perceber que, na realidade, elas estão contra todos.
O móvel das ações humanas é a felicidade.  Em última instância, seria nos sentirmos bem, alegres, em paz, em qualquer situação. Elementar que se trata de uma conquista interior. Por isso Jesus enfatizava que o Reino de Deus está dentro de nós.
Há um passo inicial, indispensável, enunciado pelo Mestre (Mateus, 5:3): Bem-aventurados os humildes, porque deles é o reino dos céus.
A humildade é indispensável, a fim de que não nos imobilizemos no orgulho, que gera todos os preconceitos.
Se tenho consciência de minhas limitações, jamais me julgarei melhor do que ninguém, nem cultivarei a discriminação invertida que me leve a ficar ofendido porque alguém escreveu meu nome com inicial minúscula.

Richard Simonetti
e-mail: richardsimonetti@uol.com.br