domingo, 20 de novembro de 2016

A vida no mundo espiritual

Aylton Paiva
“Os Espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no espaço?
- Os Espíritos estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos...” (Questão nº 87 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – Ed. FEB.)
Os Espíritos povoam o plano físico do planeta Terra quando encarnados e, também, após a morte do corpo físico, povoam os planos espirituais deste mesmo planeta.
Através dos tempos tivemos informações mais ou menos vagas a respeito da vida no mundo espiritual, por intermédio de médiuns espiritas ou não.
No entanto, a partir de três de outubro de 1943, data do prefácio do livro (1) era apresentado ao mundo físico a cidade ou comunidade espiritual de Nosso Lar.
Ele foi psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier.
O relato sobre essa organização espiritual é feita por André Luiz, tratando da sua chegada, permanência, estudos e trabalhos nessa comunidade.
Quem é André Luiz? Onde ele viveu? Onde morreu o seu corpo físico? Qual a sua profissão? Qual era a sua família?
Para algumas dessas indagações não há respostas, para outras sim.
Quem nos apresenta esse personagem é Emmanuel, no prefácio do livro.
É esse benfeitor espiritual que nos diz ter sido André Luiz em seu corpo físico, um médico da cidade do Rio de Janeiro e na mesma cidade deixou o corpo material através do natural fenômeno da morte, decorrente de uma cirurgia para extirpar um câncer intestinal.
André Luiz é o pseudônimo que ele assumiu para manter-se anônimo.
Quanto à família e demais informações que pudessem identificá-lo, ele esclarece que era necessário manter o anonimato para preservar a família que não era espírita, portanto não poderia ser envolvida em um episódio dessa natureza a fim de não conturbar lhe a necessária tranquilidade.
Portanto, após o acolhimento ele passa a ser apenas André Luiz. Inicialmente amparado e tutelado nos serviços de socorro e orientação e depois cidadão de Nosso Lar: estudioso e atuante nas falanges do Bem.
Muito interessante o relato que ele faz dessa cidade espiritual: pela sua organização, funcionamento e administração.
Observa-se que ela é dirigida por um colégio de seres espirituais que possuem em alto grau a sabedoria e o amor.
Há atribuições especificas de trabalho na própria colônia espiritual, como também em ações nas regiões espirituais e mesmo no mundo físico em formas de socorro, amparo e orientação das mais diversas formas.
Entendemos que o Amor do Pai Supremo e de Jesus se manifestam junto aos necessitados no mundo físico e no mundo espiritual através das suas próprias criaturas que devem se ajudar umas as outras, nessa maravilhosa corrente da solidariedade.
Nessa sociedade adequadamente organizada preponderam as ações: estudar e trabalhar para o próprio bem e para o bem comum.
Não há privilégios, nem autoridade exteriores e artificiais. O que conta é o mérito pelo conhecimento e pelo amor.
Não há descansos imerecidos, nem sobrecarga de trabalho.
Os objetivos nobres e elevados são comuns a todos os cidadãos.
A preocupação com o bem estar do outro é constante e clima permanente na cidade e no âmago de cada cidadão.
É inegável que, de certa forma, e com as devidas adaptações é o ideal de uma organização social voltada para a Justiça e o Amor a ser realizada pela nossa sociedade humana.
Vale muito conhecer André Luiz, Nosso Lar e seus cidadãos.
Você tem essa oportunidade com o livro Nosso Lar e, atualmente, com o filme do mesmo nome: Nosso lar, em DVD.

Bibliografia: Nosso Lar, André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 10/06/2011, no Jornal Correio de Lins

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O que fazer com a culpa

Aylton Paiva
Adalberto tivera um desentendimento com a esposa e no diálogo, que se transformará em discussão árida e agressiva, dissera coisas que, depois, com a “cabeça mais fria” arrependera-se.
Estava com o peso da culpa remoendo seus pensamentos e sentimentos.
Ao início de nossa reunião de estudos de autoeducação expressara o seu estado emocional negativo.
O coordenador João disse-lhe:
- Veja que interessante: por coincidência ou não trouxe este texto para ajudar-nos nessa reflexão sobre a culpa.
- Então o leia, quem sabe ajudar-me-á neste estado emocional em que me encontro.
- Sim, - respondeu João – por certo, a todos nós. Leio, então:
Como tratamos a culpa.
Todos nós desejamos estar em estado emocional de harmonia; é uma meta para o bem-estar, porém nem sempre isso é possível.
Um estado que desestrutura o nosso emocional é a culpa.
Para sentirmos a culpa, precisamos ter um padrão de comportamento que nós respeitamos e que é aceito e mesmo exigido pelo grupo social a que pertencemos e pela cultura social que nos envolve.
Desta forma as infrações às normas morais, sociais e mesmo legais são variáveis no tempo, no espaço e entre as culturas.
Tais normas têm muita variação na cultura cristã, na islâmica e na dos nossos indígenas, por exemplo.
Embora essa diversidade há, porém, conceitos gerais sobre a culpa quando, por exemplo, praticamos atos que atentam contra o direito do próximo. Fere a sua integridade física, psicológica ou espiritual.
No entanto, certos condicionamentos vêm desde a formação familiar e podem, sutilmente, despertar sentimento de culpa quando não atendemos a interesses e mesmo exigências de familiares e, por consequência, de outras pessoas além do reduto doméstico.
A pessoa que facilmente coloca o fardo da culpa sobre os próprios ombros tem baixa autoestima, portanto não se valoriza.
Quando praticamos um ato, pronunciamos uma palavra que depois de realizados nos arrependemos deles e sentimos culpa, a nossa reação, em seguida é de:
a)   Sentirmos que, como pessoa, não temos valor;
b)   Justificarmos, a qualquer custo, o nosso comportamento;
c)   Ser por demais doloroso e difícil examinarmos o comportamento tido como inadequado.
Quando praticamos atos deveremos sempre ter em mente se eles foram nocivos ou não, se foram prejudiciais ou não. Se agimos deliberadamente desejando fazer o mal ou, em nossa ignorância e imperfeição, agimos de tal maneira sem a deliberação de lesar ou agredir o nosso próximo.
A culpa deve ser um estado emocional e mesmo sentimental que nos proporcione a avaliação daquilo que fizemos, de forma sincera e honesta.
Com essa clareza de visão deveremos, então, agir no sentido da reparação do que não foi bem feito e ai, “cada caso é um caso”.
Assim pensando e agindo concluiremos que:
a)   Todos nós temos valor, independentemente dos possíveis atos inadequados que praticamos, pois somos espíritos em evolução;
b)   Deveremos aceitar o nosso comportamento e, mesmo se agimos por impulso, reconhecê-lo com sinceridade e honestidade;
c)   Por mais doloroso que seja, somente nos reequilibraremos emocional e sentimentalmente se admitirmos a pratica daquele ato.
Consequentemente, deveremos estar preparados para a reparação que a culpa nos indica.
O amigo João terminou a leitura e vagueou o olhar sobre os elementos do grupo de estudo.
Adalberto adiantou-se:
- Puxa! Que lição para mim!
Os outros comentaram, como se fosse um jogral:
- Para todos nós!

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 10/06/2011, no Jornal Correio de Lins