Aylton Paiva |
Adalberto
tivera um desentendimento com a esposa e no diálogo, que se transformará em
discussão árida e agressiva, dissera coisas que, depois, com a “cabeça mais
fria” arrependera-se.
Estava
com o peso da culpa remoendo seus pensamentos e sentimentos.
Ao
início de nossa reunião de estudos de autoeducação expressara o seu estado
emocional negativo.
O
coordenador João disse-lhe:
-
Veja que interessante: por coincidência ou não trouxe este texto para
ajudar-nos nessa reflexão sobre a culpa.
-
Então o leia, quem sabe ajudar-me-á neste estado emocional em que me encontro.
-
Sim, - respondeu João – por certo, a todos nós. Leio, então:
Como
tratamos a culpa.
Todos
nós desejamos estar em estado emocional de harmonia; é uma meta para o
bem-estar, porém nem sempre isso é possível.
Um
estado que desestrutura o nosso emocional é a culpa.
Para
sentirmos a culpa, precisamos ter um padrão de comportamento que nós
respeitamos e que é aceito e mesmo exigido pelo grupo social a que pertencemos
e pela cultura social que nos envolve.
Desta
forma as infrações às normas morais, sociais e mesmo legais são variáveis no
tempo, no espaço e entre as culturas.
Tais
normas têm muita variação na cultura cristã, na islâmica e na dos nossos
indígenas, por exemplo.
Embora
essa diversidade há, porém, conceitos gerais sobre a culpa quando, por exemplo,
praticamos atos que atentam contra o direito do próximo. Fere a sua integridade
física, psicológica ou espiritual.
No
entanto, certos condicionamentos vêm desde a formação familiar e podem,
sutilmente, despertar sentimento de culpa quando não atendemos a interesses e
mesmo exigências de familiares e, por consequência, de outras pessoas além do
reduto doméstico.
A
pessoa que facilmente coloca o fardo da culpa sobre os próprios ombros tem
baixa autoestima, portanto não se valoriza.
Quando
praticamos um ato, pronunciamos uma palavra que depois de realizados nos
arrependemos deles e sentimos culpa, a nossa reação, em seguida é de:
a) Sentirmos que, como
pessoa, não temos valor;
b) Justificarmos, a
qualquer custo, o nosso comportamento;
c) Ser por demais
doloroso e difícil examinarmos o comportamento tido como inadequado.
Quando
praticamos atos deveremos sempre ter em mente se eles foram nocivos ou não, se
foram prejudiciais ou não. Se agimos deliberadamente desejando fazer o mal ou,
em nossa ignorância e imperfeição, agimos de tal maneira sem a deliberação de
lesar ou agredir o nosso próximo.
A
culpa deve ser um estado emocional e mesmo sentimental que nos proporcione a
avaliação daquilo que fizemos, de forma sincera e honesta.
Com
essa clareza de visão deveremos, então, agir no sentido da reparação do que não
foi bem feito e ai, “cada caso é um caso”.
Assim
pensando e agindo concluiremos que:
a) Todos nós temos
valor, independentemente dos possíveis atos inadequados que praticamos, pois
somos espíritos em evolução;
b) Deveremos aceitar o
nosso comportamento e, mesmo se agimos por impulso, reconhecê-lo com
sinceridade e honestidade;
c) Por mais doloroso que
seja, somente nos reequilibraremos emocional e sentimentalmente se admitirmos a
pratica daquele ato.
Consequentemente,
deveremos estar preparados para a reparação que a culpa nos indica.
O
amigo João terminou a leitura e vagueou o olhar sobre os elementos do grupo de
estudo.
Adalberto
adiantou-se:
-
Puxa! Que lição para mim!
Os
outros comentaram, como se fosse um jogral:
-
Para todos nós!
Aylton
Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na
sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.:
Artigo publicado em 10/06/2011, no Jornal Correio de Lins
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