terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Procurando as respostas no caminho

Aylton Paiva
Em nossa caminhada pelos dias que se sucedem na estrada de nossas vidas muitos são os percalços, pedras, espinhos e outros tantos obstáculos.
Queremos, sim, vencer os obstáculos e vivermos tanto quanto possível tranquilos e felizes.
Muitas são as fórmulas buscadas.
Muitos os roteiros pretendidos.
André Luiz, pela psicografia de Francisco C. Xavier oferece algumas “dicas” no texto que titulou: Respostas no Caminho (1).
Assim diz ele: “Trazendo a sua consciência tranquila, nos deveres que a vida lhe deu a cumprir, você pode e deve viver a sua vida tranquila, sem qualquer necessidade de ser infeliz.”
Auxilie aos outros sem afligir-se demasiado com os problemas que apresentem, porque eles mesmos desejam solucioná-los por si próprios.
Não se fixe tão fortemente nos aspectos exteriores dos acontecimentos e sim coloque a sua visão interna nos fatos em curso, a fim de que a compreensão lhe clareie os raciocínios.
Dedique-se ao seu trabalho com todos os recursos disponíveis, reconhecendo que se houver alguma necessidade de modificação em suas atividades, a sua própria tarefa lhe fará sentir isso sem palavras.
Se você experimentou algum fracasso na execução dos seus ideais, não culpe disso senão a você mesmo, refletindo na melhor maneira de efetuar o reajuste.
Se você realizar corretamente o seu trabalho, os seus clientes ou beneficiários virão de longe procurar o valor de sua experiência e de seu concurso.
Em qualquer indecisão, valorize os pareceres dos amigos que lhe falem do assunto, mas conserve a convicção de que a decisão será sempre de você mesmo.
Uma atitude de simpatia para com o próximo é sempre uma porta aberta em seu auxílio agora e no futuro.
Mesmo nas horas mais aflitivas procure agir com serenidade e discernimento, porque de tudo quanto fizermos colheremos sempre.
A desculpa antes as faltas de que você tenha sido vitima, invariavelmente, é ação em seu próprio favor.
Quando provações e dificuldades lhe pareçam aumentadas, guarde paciência e otimismo, trabalhando e servindo, na certeza de que “DEUS faz sempre o melhor.”
É interessante notar que, em cada frase, ele coloca um tipo de problema, uma forma de pedra ou espinho do caminho, porém apresenta os meios para superá-los.
Recomenda: não ser infeliz, ajudar sem se afligir, não olhar apenas o lado exterior dos fatos, dedicar-se ao trabalho com bom senso, se fracassou procure o reajuste, fazer corretamente o trabalho, em caso de indecisão: valorize o parecer dos outros, mas a decisão é sua, a simpatia é porta aberta ao auxílio agora ou no futuro, nas horas aflitivas sempre agir com serenidade e discernimento, a desculpa é ação em próprio favor.
As frases e, principalmente, os seus núcleos são comando importante para desenvolver a serenidade e tranquilidade, com ações adequadas, em todos os momentos de nossas vidas.
Inquestionavelmente André Luiz apresenta-nos uma bussola segura para indicar os bons rumos ou as boas respostas no caminho de nossas vidas.
Todos queremos ser felizes, no entanto é preciso ler, estudar, meditar e agir na construção dessa felicidade.

Bibliografia:
(1)        Respostas da Vida – André Luiz / F. C. Xavier – Ed. Ideal

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado em 17/06/2011, no Jornal Correio de Lins


domingo, 25 de dezembro de 2016

Missionários da luz

Aylton Paiva
“Só os Espíritos elevados desempenham missões?
- A importância das missões corresponde às capacidades e a elevação do Espírito. O Estafeta que leva um telegrama ao seu destinatário também desempenha uma perfeita missão, se bem que diversa da de um general.” (1)
André Luiz, médico que residira no Rio de Janeiro, deixa o seu corpo físico e, após um período de perturbação, é recebido na cidade espiritual denominada Nosso lar.
Inicialmente é acolhido como uma pessoa necessitada de tratamento e orientação para a adaptação de viver na nova dimensão da vida, para onde foi transferido após a morte do corpo físico.
Após o reequilíbrio mento-espiritual inicia-se em atividades laboristicas próprias daquele ambiente e, a seguir, começa fazer cursos teórico-práticos sobre as atividades daquele plano existencial e, também, sobre interação entre o mundo espiritual e o mundo físico.
Esse ponto de conexão entre os dois planos é o fenômeno estudado e nomeado por Allan Kardec de: mediunidade.
André Luiz é levado pelo instrutor Alexandre a um Centro Espírita, onde se realiza uma sessão mediúnica.
De início ele observa as providências e cautelas que os trabalhadores da espiritualidade, precisam tomar para que o fenômeno ocorra com segurança e tranquilidade.
Ao mesmo tempo um trabalhador do plano material realizava uma palestra que atingia as pessoas presentes e espíritos menos esclarecidos igualmente carentes daquela orientação.
Ainda estava imerso em suas observações e reflexões quando Alexandre esclareceu:
- Preliminarmente, devemos reconhecer que nos serviços mediúnicos preponderam os fatores morais. Nesse momento, o médium para ser fiel ao mandato superior, necessita clareza e serenidade, como o espelho cristalino dum lago.
De outro modo, as ondas de inquietude pertubariam a projeção de nossa espiritualidade sobre a materialidade terrena, como as águas revoltas não refletem as imagens sublimes do céu e da natureza. (2)
Em seguida, é informado sobre o mecanismo da psicografia.
Com orientação de Alexandre, ele estudará, de forma teórica e prática, os temas correlatos: a epífise, desenvolvimento mediúnico, vampirismo, a influenciação, a oração, o socorro espiritual, o plano dos sonhos, a mediunidade e especificamente a materialização.
Nesse mesmo curso-trabalho, sempre com as elucidações do Instrutor, André toma contato com os temas e as providências da espiritualidade relativamente à reencarnação.
Ao tratar da mediunidade de incorporação, mais propriamente denominada de psicofonia, aprenderá sobre a doutrinação, ou esclarecimento de espíritos ignorantes ou maldosos, e, também, sobre a obsessão, como forma doentia de envolvimento de um espírito perturbado ou perturbador com a pessoa por ele sintonizada.
No processo da cura espiritual receberá esclarecimentos sobre a transmissão das energias magneto-espirituais, no processo chamado de transmissão de passe.
Esses estudos são realizados com casos reais, verdadeiros dramas onde sentimentos e emoções permeiam, o tempo todo, a relação entre os espíritos e os encarnados.
É um estudo espiritualmente enriquecedor e nós poderemos acompanhar André Luiz nas páginas do seu relatório contido na obra Missionários da luz.
Após caminhar por essas páginas nosso entendimento sobre a mediunidade nunca mais será o mesmo.

Bibliografia:
(1)        O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB, Questão nº 571
(2)        Missionários da Luz - André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 21/10/2011, no Jornal Correio de Lins

domingo, 18 de dezembro de 2016

A mensagem do Natal

Aylton Paiva
Estes dias são de alegria e contentamento.
O sol brilha radioso.
Os dias são claros e exuberantes.
Nesta época, os romanos já faziam o seu culto ao deus sol.
Natal.
Na mídia, nas vitrines das lojas, as imagens referentes.
O Papai Noel, na recordação do bispo Nicolau a distribuir brinquedos para as crianças e alimentos para as famílias carentes.
O pinheirinho na celebração do dom da vida.
O presépio na doce recordação de Francisco de Assis do nascimento de Jesus.
Dias de compras de presentes para as trocas familiares e de amizades.
Campanhas solidárias para amenizar o sofrimento e a tristeza dos marginalizados na passagem do Natal dos despossuídos.
Construção de um tempo de paz e esperanças.
Mensagens fraternas são trocadas pelos meios de comunicação, desde o tradicional cartão de boas festas aos meios tecnológicos da televisão, do celular, do tablet.
Voltemos ao nascimento de Jesus, meditemos e reflexionemos sobre a sua mensagem imperecível.
Com todo o seu poder espiritual, ao nascer é acolhido na humilde e tosca manjedora.
Ainda criança, junto com os pais, visita o Templo de Jerusalém e conversa amigável, de igual para igual, com doutores da lei e sacerdotes, sem deixar-se enredar pelas malhas do culto dominador.
Ao iniciar seu contato libertador do corpo e da alma com o povo, escolhe a festa familiar das bodas de Caná, para sinalizar a sua presença junto ao povo.
Convida pescadores, homens e mulheres pobre e simples para serem porta vozes da sua Boa Nova; e, também, o coletor de impostos Mateus.
Estende as mãos para curar os corpos enfermos a fim de despertar os espíritos imortais para que caminhem em direção a felicidade plena.
Acolhe os sofredores, as crianças, os idosos, as mulheres, mas verbera duramente os fariseus, que eram zelosos do culto religioso externo, no entanto no “seu” dizer: túmulos caiados por fora e podres por dentro.
Acompanhado pela multidão dos aflitos, sobe o monte e profere para eles as bem aventuranças que compensarão os pobres, os que choram, os injustiçados, os perseguidos.
Do alto do seu amor não deixa de alertar os poderosos injustos e os ricos desonestos para eles proferindo os “ai de vós”!
Afirma a regra áurea para a convivência humana: Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo com a si mesmo.
Desafiado farisaicamente a dizer quem é o próximo, canta o maior hino de fraternidade e solidariedade narrando a parábola do samaritano.
Ao contrario do levita e do sacerdote, autoridades religiosas, que não reconheceram o próximo, exalta o discriminado samaritano como o identificador, de forma admirável e exemplar, do próximo.
Em momentos oportunos conta histórias sobre o amor e a justiça, usando o grão de mostarda, o solo, a porta estreita e a porta larga, o filho pródigo, a ovelha desgarrada para iluminar a mente e o sentimento, de cultos e incultos, da plebe e da elite.
Traído pela ganância e desejo de poder de um discípulo, não o afasta, nem o abandona após o pérfido ato.
Tranquilamente enfrenta o poder lacaio de Herodes e a presunção do ilusório poderio romano encarnado na tíbia figura de Poncio Pilatos.
Alteia-se na cruz do martírio, consolidando sua mensagem de amor e paz, acompanhado por dois ladrões apontando-lhes a grandiosidade da vida espiritual.
Sim, do berço à cruz a imorredoura mensagem de Jesus.
Glória a Deus no Universo e paz na Terra com Jesus.
Feliz Natal e Novo Ano com saúde e profícuas realizações!

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 23/12/2011, no Jornal Correio de Lins

domingo, 11 de dezembro de 2016

Obreiros da vida eterna

Aylton Paiva
Dando continuidade a sua estada na cidade espiritual de Nosso Lar, André Luiz relata as suas novas atividades na dimensão de vida em que se encontra.
Esse novo relato em que ele dá detalhes sobre as atividades dos benfeitores espirituais foi denominado Obreiros da Vida Eterna.
Tinhamos informações muito vagas sobre a assistência espiritual que recebemos de Deus – nosso Pai e Criador e de Jesus nosso Mestre e Benfeitor Planetário.
Por isso supúnhamos que essa ajuda fosse feita de maneira milagrosa ou fantasiosa, quando, com uma varinha mágica, tudo se resolveria.
No entanto, se a ajuda, o amparo aqui, nesse plano físico, em que nos encontramos exige conhecimento, preparação, capacidade de execução, lá, no plano espiritual, André Luiz informa que, também, é necessário estar preparado para ajudar os espíritos desligados do corpo físico, tanto quanto, os espíritos encarnados, que somos nós.
Essa ação envolve não só o conhecimento, mas, ainda, a capacidade de amar.
Todo trabalho no bem para se efetivar demanda o envoltório do amor nas suas múltiplas faces de exteriorização.
Além disso, ele revela as dificuldades, os óbices, as barreiras a serem transpostas.
Quando da assistência espiritual, em nome de Deus e Jesus, aos encarnados estes é que opõem os mais diferentes empecilhos para tal ajuda.
Materializam esses obstáculos sob a forma de: descrença na vida espiritual após a morte, a revolta, o desânimo, os vícios, o ódio, egoísmo e o orgulho.
Tem grande facilidade de receber essa abençoada assistência aquelas pessoas que procuram sintonizar o bem. Aquelas que procuram os caminhos da espiritualidade, sobretudo, aquelas que, também, sentem o valor e a importância de ajudar o outro; quer ele esteja no lar, no ambiente de trabalho ou os que pervagam na periferia das cidades e nos círculos das carências e miserabilidade.
André Luiz, o médico bem sucedido, que viveu e morreu no Rio de Janeiro, pela admirável mediunidade de F. C. Xavier, revela a grandiosidade e a beleza dos Obreiros da Vida Eterna, em suas tarefas de socorro, amparo e orientação àqueles que transitam pelas vias da ilusão, do engano, das emoções e sentimentos descontrolados.
Lances dolorosos, aflitivos, mas, de outra parte, também de excelentes formas de irradiação do amor.
Enfim, ele demonstra o absoluto acerto da afirmativa da prece de Francisco de Assis: “É dando que receberemos”, alicerçada na exortação de Jesus: “Faça aos outros o que desejaria que se lhe fizesse”.
Quem planta o bem facilita a possibilidade de receber a ajuda espiritual, quando necessária.

Bibliografia:
Obreiros da Vida Eterna - André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 08/07/2011, no Jornal Correio de Lins

domingo, 4 de dezembro de 2016

Os mensageiros

Aylton Paiva
“Tem atribuições especiais cada Espírito?
- Todos temos que habitar em toda parte e adquirir o conhecimento de todas as coisas, presidindo sucessivamente ao que se efetua em todos os pontos do Universo. Mas como diz o Eclesiastes, há tempo para tudo.” Questão nº 560. (1)
Após os relatos de seu ingresso, depois da morte do corpo físico, na cidade espiritual de Nosso Lar, André Luiz prossegue as suas informações sobre as diferentes atividades nessa região da Espiritualidade enobrecida.
A sua integração em nova forma de atuação e trabalho, de forma teórica e prática, “na busca do conhecimento de todas as coisas”, é apresentada em informações e relatórios que compõem o livro Os Mensageiros. Mais uma vez ele nos fala através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.
Assim ele diz:
“Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se instalava em minhalma.
Órfão de afetos terrenos e conformado com os desígnios superiores que me haviam traçado diverso rumo ao destino, comecei a ouvir o apelo profundo e divino da Consciência Universal.
Somente agora, percebia quão distanciado vivera das leis sublimes que regem a evolução das criaturas.
A Natureza recebia-me com transporte de amor. Suas vozes, agora, eram muito mais alta que as dos meus interesses isolados.
Conquistava, pouco a pouco, o júbilo de escutar-lhe os ensinamentos misteriosos no grande silêncio das coisas. Os elementos mais simples adquiriam, a meus olhos, extraordinária significação.
A colônia espiritual que me abrigara generosamente revelava novas expressões de indefinível beleza. O rumor das asas de um pássaro, o sussurro do vento e a luz do sol pareciam dirigir-se à minhalma, enchendo-me o pensamento de prodigiosa harmonia.” (2)
Nesse estado de alma, André Luiz ouve a sugestão de sua companheira Narcisa para que se integrasse em novo campo de estudo e ação.
Objetivando nesse intento, ele é conduzido ao Centro dos Mensageiros.
Nesse Centro são preparados mensageiros do bem, da justiça e do amor que deverão atender e ajudar aqueles que necessitam, seja no mundo físico, seja no mundo espiritual.
André se espanta com essas informações.
Então, Tobias, o amigo espiritual que o acompanha, esclarece:
Ah! Meu amigo - ... poderia você admitir que as obras do bem estivessem circunscritas a simples operações automáticas? Nossa visão na Terra costuma viciar-se nos círculos dos cultos externos, na atividade religiosa.
Cremos por lá, resolver todos os problemas pela atitude suplicante. Entretanto a genuflexão não soluciona questões fundamentais do espírito, nem a mera adoração à Divindade constitui a máxima edificação.
Em verdade, todo ato de humildade e amor é respeitável e santo, e, incontestavelmente, o Senhor nos concederá suas bênçãos; no entanto, é imprescindível considerar que a manutenção e limpeza dos vasos, para recolhê-las, é dever que nos assiste.
Não preparamos, pois, neste Centro simples postalistas, mas espíritos que se transformem em cartas vivas de Jesus para a Humanidade encarnada. Pelo menos, este é o programa de nossa administração espiritual.” (3)
A partir desse diálogo André integra-se a esse Centro.
Relata, então, a sua busca do saber e as novas formas de agir sob a égide do conhecimento e do amor.
Constatamos que, em diversos círculos, Jesus prepara os agentes do Bem, seja no mundo espiritual, seja no mundo físico.
É de se acompanhar, pela leitura do livro, a preparação de André Luiz e outros seres na qualificação que o Centro dos Mensageiros propícia.

Bibliografia:
(1) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – Ed. FEB;
(2) Os Mensageiros, André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB, págs. 12 e 13;
(3) Idem, ibidem, págs. 23 e 24.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 01/07/2011, no Jornal Correio de Lins

domingo, 20 de novembro de 2016

A vida no mundo espiritual

Aylton Paiva
“Os Espíritos ocupam uma região determinada e circunscrita no espaço?
- Os Espíritos estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos...” (Questão nº 87 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – Ed. FEB.)
Os Espíritos povoam o plano físico do planeta Terra quando encarnados e, também, após a morte do corpo físico, povoam os planos espirituais deste mesmo planeta.
Através dos tempos tivemos informações mais ou menos vagas a respeito da vida no mundo espiritual, por intermédio de médiuns espiritas ou não.
No entanto, a partir de três de outubro de 1943, data do prefácio do livro (1) era apresentado ao mundo físico a cidade ou comunidade espiritual de Nosso Lar.
Ele foi psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier.
O relato sobre essa organização espiritual é feita por André Luiz, tratando da sua chegada, permanência, estudos e trabalhos nessa comunidade.
Quem é André Luiz? Onde ele viveu? Onde morreu o seu corpo físico? Qual a sua profissão? Qual era a sua família?
Para algumas dessas indagações não há respostas, para outras sim.
Quem nos apresenta esse personagem é Emmanuel, no prefácio do livro.
É esse benfeitor espiritual que nos diz ter sido André Luiz em seu corpo físico, um médico da cidade do Rio de Janeiro e na mesma cidade deixou o corpo material através do natural fenômeno da morte, decorrente de uma cirurgia para extirpar um câncer intestinal.
André Luiz é o pseudônimo que ele assumiu para manter-se anônimo.
Quanto à família e demais informações que pudessem identificá-lo, ele esclarece que era necessário manter o anonimato para preservar a família que não era espírita, portanto não poderia ser envolvida em um episódio dessa natureza a fim de não conturbar lhe a necessária tranquilidade.
Portanto, após o acolhimento ele passa a ser apenas André Luiz. Inicialmente amparado e tutelado nos serviços de socorro e orientação e depois cidadão de Nosso Lar: estudioso e atuante nas falanges do Bem.
Muito interessante o relato que ele faz dessa cidade espiritual: pela sua organização, funcionamento e administração.
Observa-se que ela é dirigida por um colégio de seres espirituais que possuem em alto grau a sabedoria e o amor.
Há atribuições especificas de trabalho na própria colônia espiritual, como também em ações nas regiões espirituais e mesmo no mundo físico em formas de socorro, amparo e orientação das mais diversas formas.
Entendemos que o Amor do Pai Supremo e de Jesus se manifestam junto aos necessitados no mundo físico e no mundo espiritual através das suas próprias criaturas que devem se ajudar umas as outras, nessa maravilhosa corrente da solidariedade.
Nessa sociedade adequadamente organizada preponderam as ações: estudar e trabalhar para o próprio bem e para o bem comum.
Não há privilégios, nem autoridade exteriores e artificiais. O que conta é o mérito pelo conhecimento e pelo amor.
Não há descansos imerecidos, nem sobrecarga de trabalho.
Os objetivos nobres e elevados são comuns a todos os cidadãos.
A preocupação com o bem estar do outro é constante e clima permanente na cidade e no âmago de cada cidadão.
É inegável que, de certa forma, e com as devidas adaptações é o ideal de uma organização social voltada para a Justiça e o Amor a ser realizada pela nossa sociedade humana.
Vale muito conhecer André Luiz, Nosso Lar e seus cidadãos.
Você tem essa oportunidade com o livro Nosso Lar e, atualmente, com o filme do mesmo nome: Nosso lar, em DVD.

Bibliografia: Nosso Lar, André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 10/06/2011, no Jornal Correio de Lins

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O que fazer com a culpa

Aylton Paiva
Adalberto tivera um desentendimento com a esposa e no diálogo, que se transformará em discussão árida e agressiva, dissera coisas que, depois, com a “cabeça mais fria” arrependera-se.
Estava com o peso da culpa remoendo seus pensamentos e sentimentos.
Ao início de nossa reunião de estudos de autoeducação expressara o seu estado emocional negativo.
O coordenador João disse-lhe:
- Veja que interessante: por coincidência ou não trouxe este texto para ajudar-nos nessa reflexão sobre a culpa.
- Então o leia, quem sabe ajudar-me-á neste estado emocional em que me encontro.
- Sim, - respondeu João – por certo, a todos nós. Leio, então:
Como tratamos a culpa.
Todos nós desejamos estar em estado emocional de harmonia; é uma meta para o bem-estar, porém nem sempre isso é possível.
Um estado que desestrutura o nosso emocional é a culpa.
Para sentirmos a culpa, precisamos ter um padrão de comportamento que nós respeitamos e que é aceito e mesmo exigido pelo grupo social a que pertencemos e pela cultura social que nos envolve.
Desta forma as infrações às normas morais, sociais e mesmo legais são variáveis no tempo, no espaço e entre as culturas.
Tais normas têm muita variação na cultura cristã, na islâmica e na dos nossos indígenas, por exemplo.
Embora essa diversidade há, porém, conceitos gerais sobre a culpa quando, por exemplo, praticamos atos que atentam contra o direito do próximo. Fere a sua integridade física, psicológica ou espiritual.
No entanto, certos condicionamentos vêm desde a formação familiar e podem, sutilmente, despertar sentimento de culpa quando não atendemos a interesses e mesmo exigências de familiares e, por consequência, de outras pessoas além do reduto doméstico.
A pessoa que facilmente coloca o fardo da culpa sobre os próprios ombros tem baixa autoestima, portanto não se valoriza.
Quando praticamos um ato, pronunciamos uma palavra que depois de realizados nos arrependemos deles e sentimos culpa, a nossa reação, em seguida é de:
a)   Sentirmos que, como pessoa, não temos valor;
b)   Justificarmos, a qualquer custo, o nosso comportamento;
c)   Ser por demais doloroso e difícil examinarmos o comportamento tido como inadequado.
Quando praticamos atos deveremos sempre ter em mente se eles foram nocivos ou não, se foram prejudiciais ou não. Se agimos deliberadamente desejando fazer o mal ou, em nossa ignorância e imperfeição, agimos de tal maneira sem a deliberação de lesar ou agredir o nosso próximo.
A culpa deve ser um estado emocional e mesmo sentimental que nos proporcione a avaliação daquilo que fizemos, de forma sincera e honesta.
Com essa clareza de visão deveremos, então, agir no sentido da reparação do que não foi bem feito e ai, “cada caso é um caso”.
Assim pensando e agindo concluiremos que:
a)   Todos nós temos valor, independentemente dos possíveis atos inadequados que praticamos, pois somos espíritos em evolução;
b)   Deveremos aceitar o nosso comportamento e, mesmo se agimos por impulso, reconhecê-lo com sinceridade e honestidade;
c)   Por mais doloroso que seja, somente nos reequilibraremos emocional e sentimentalmente se admitirmos a pratica daquele ato.
Consequentemente, deveremos estar preparados para a reparação que a culpa nos indica.
O amigo João terminou a leitura e vagueou o olhar sobre os elementos do grupo de estudo.
Adalberto adiantou-se:
- Puxa! Que lição para mim!
Os outros comentaram, como se fosse um jogral:
- Para todos nós!

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 10/06/2011, no Jornal Correio de Lins