domingo, 4 de dezembro de 2016

Os mensageiros

Aylton Paiva
“Tem atribuições especiais cada Espírito?
- Todos temos que habitar em toda parte e adquirir o conhecimento de todas as coisas, presidindo sucessivamente ao que se efetua em todos os pontos do Universo. Mas como diz o Eclesiastes, há tempo para tudo.” Questão nº 560. (1)
Após os relatos de seu ingresso, depois da morte do corpo físico, na cidade espiritual de Nosso Lar, André Luiz prossegue as suas informações sobre as diferentes atividades nessa região da Espiritualidade enobrecida.
A sua integração em nova forma de atuação e trabalho, de forma teórica e prática, “na busca do conhecimento de todas as coisas”, é apresentada em informações e relatórios que compõem o livro Os Mensageiros. Mais uma vez ele nos fala através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.
Assim ele diz:
“Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se instalava em minhalma.
Órfão de afetos terrenos e conformado com os desígnios superiores que me haviam traçado diverso rumo ao destino, comecei a ouvir o apelo profundo e divino da Consciência Universal.
Somente agora, percebia quão distanciado vivera das leis sublimes que regem a evolução das criaturas.
A Natureza recebia-me com transporte de amor. Suas vozes, agora, eram muito mais alta que as dos meus interesses isolados.
Conquistava, pouco a pouco, o júbilo de escutar-lhe os ensinamentos misteriosos no grande silêncio das coisas. Os elementos mais simples adquiriam, a meus olhos, extraordinária significação.
A colônia espiritual que me abrigara generosamente revelava novas expressões de indefinível beleza. O rumor das asas de um pássaro, o sussurro do vento e a luz do sol pareciam dirigir-se à minhalma, enchendo-me o pensamento de prodigiosa harmonia.” (2)
Nesse estado de alma, André Luiz ouve a sugestão de sua companheira Narcisa para que se integrasse em novo campo de estudo e ação.
Objetivando nesse intento, ele é conduzido ao Centro dos Mensageiros.
Nesse Centro são preparados mensageiros do bem, da justiça e do amor que deverão atender e ajudar aqueles que necessitam, seja no mundo físico, seja no mundo espiritual.
André se espanta com essas informações.
Então, Tobias, o amigo espiritual que o acompanha, esclarece:
Ah! Meu amigo - ... poderia você admitir que as obras do bem estivessem circunscritas a simples operações automáticas? Nossa visão na Terra costuma viciar-se nos círculos dos cultos externos, na atividade religiosa.
Cremos por lá, resolver todos os problemas pela atitude suplicante. Entretanto a genuflexão não soluciona questões fundamentais do espírito, nem a mera adoração à Divindade constitui a máxima edificação.
Em verdade, todo ato de humildade e amor é respeitável e santo, e, incontestavelmente, o Senhor nos concederá suas bênçãos; no entanto, é imprescindível considerar que a manutenção e limpeza dos vasos, para recolhê-las, é dever que nos assiste.
Não preparamos, pois, neste Centro simples postalistas, mas espíritos que se transformem em cartas vivas de Jesus para a Humanidade encarnada. Pelo menos, este é o programa de nossa administração espiritual.” (3)
A partir desse diálogo André integra-se a esse Centro.
Relata, então, a sua busca do saber e as novas formas de agir sob a égide do conhecimento e do amor.
Constatamos que, em diversos círculos, Jesus prepara os agentes do Bem, seja no mundo espiritual, seja no mundo físico.
É de se acompanhar, pela leitura do livro, a preparação de André Luiz e outros seres na qualificação que o Centro dos Mensageiros propícia.

Bibliografia:
(1) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – Ed. FEB;
(2) Os Mensageiros, André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB, págs. 12 e 13;
(3) Idem, ibidem, págs. 23 e 24.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 01/07/2011, no Jornal Correio de Lins

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