Aylton Paiva |
“Tem
atribuições especiais cada Espírito?
-
Todos temos que habitar em toda parte e adquirir o conhecimento de todas as
coisas, presidindo sucessivamente ao que se efetua em todos os pontos do
Universo. Mas como diz o Eclesiastes, há tempo para tudo.” Questão nº 560. (1)
Após
os relatos de seu ingresso, depois da morte do corpo físico, na cidade
espiritual de Nosso Lar, André Luiz prossegue as suas informações sobre as
diferentes atividades nessa região da Espiritualidade enobrecida.
A
sua integração em nova forma de atuação e trabalho, de forma teórica e prática,
“na busca do conhecimento de todas as coisas”, é apresentada em informações e
relatórios que compõem o livro Os Mensageiros. Mais uma vez ele nos fala
através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.
Assim
ele diz:
“Compelido
a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se
instalava em minhalma.
Órfão
de afetos terrenos e conformado com os desígnios superiores que me haviam
traçado diverso rumo ao destino, comecei a ouvir o apelo profundo e divino da
Consciência Universal.
Somente
agora, percebia quão distanciado vivera das leis sublimes que regem a evolução
das criaturas.
A
Natureza recebia-me com transporte de amor. Suas vozes, agora, eram muito mais
alta que as dos meus interesses isolados.
Conquistava,
pouco a pouco, o júbilo de escutar-lhe os ensinamentos misteriosos no grande
silêncio das coisas. Os elementos mais simples adquiriam, a meus olhos,
extraordinária significação.
A
colônia espiritual que me abrigara generosamente revelava novas expressões de
indefinível beleza. O rumor das asas de um pássaro, o sussurro do vento e a luz
do sol pareciam dirigir-se à minhalma, enchendo-me o pensamento de prodigiosa
harmonia.” (2)
Nesse
estado de alma, André Luiz ouve a sugestão de sua companheira Narcisa para que
se integrasse em novo campo de estudo e ação.
Objetivando
nesse intento, ele é conduzido ao Centro dos Mensageiros.
Nesse
Centro são preparados mensageiros do bem, da justiça e do amor que deverão
atender e ajudar aqueles que necessitam, seja no mundo físico, seja no mundo
espiritual.
André
se espanta com essas informações.
Então,
Tobias, o amigo espiritual que o acompanha, esclarece:
Ah!
Meu amigo - ... poderia você admitir que as obras do bem estivessem
circunscritas a simples operações automáticas? Nossa
visão na Terra costuma viciar-se nos círculos dos cultos externos, na atividade
religiosa.
Cremos por lá, resolver todos os problemas pela
atitude suplicante. Entretanto a genuflexão não soluciona questões fundamentais
do espírito, nem a mera adoração à Divindade constitui a máxima edificação.
Em verdade, todo ato de humildade e amor é
respeitável e santo, e, incontestavelmente, o Senhor nos concederá suas
bênçãos; no entanto, é imprescindível considerar que a manutenção e limpeza dos
vasos, para recolhê-las, é dever que nos assiste.
Não preparamos, pois, neste Centro simples
postalistas, mas espíritos que se transformem em cartas vivas de Jesus para a
Humanidade encarnada. Pelo menos, este é o programa de nossa administração
espiritual.” (3)
A partir desse diálogo André integra-se a esse
Centro.
Relata, então, a sua busca do saber e as novas
formas de agir sob a égide do conhecimento e do amor.
Constatamos que, em diversos círculos, Jesus
prepara os agentes do Bem, seja no mundo espiritual, seja no mundo físico.
É de se acompanhar, pela leitura do livro, a
preparação de André Luiz e outros seres na qualificação que o Centro dos
Mensageiros propícia.
Bibliografia:
(1) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec – Ed. FEB;
(2)
Os Mensageiros, André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB, págs. 12 e 13;
(3)
Idem, ibidem, págs. 23 e 24.
Aylton
Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na
sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.:
Artigo publicado em 01/07/2011, no Jornal Correio de Lins
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