domingo, 29 de janeiro de 2017

Como viver bem

Aylton Paiva
Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam.
- Porque, se somente amardes os que vos amam, que recompensa tereis disso? Não fazem assim também os publicanos?
- Se unicamente saudardes os vossos irmãos, que fazeis com isso mais do que outros. Não fazem o mesmo os pagãos?
- Sede, pois vós outros, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celestial (Mateus, Cap. V, vv. 44, 46 a 48).
Viver bem é o que todos nós desejamos.
No entanto, esse estado emocional não é alcançado automaticamente. Precisamos estar bem conosco e com outros e para isso é necessário que tenhamos formas adequadas de pensar, falar e agir.
Nem sempre temos esse comportamento assertivo ou correto, pois, ainda somos espíritos em processo de evolução, todavia é importante que procuremos ter consciência de como deveremos agir para a nossa harmonia pessoal e no relacionamento com aqueles com quem convivemos.
Poderemos encontrar esse parâmetro para pensarmos, falarmos e agirmos a fim de estarmos nesse estado de bem-estar psicológico e espiritual nos ensinamentos do Mestre Jesus, registrados pelos evangelistas.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Cap. XVII, item 3 – O Homem de bem, Allan Kardec esclarece algumas dessas condições: “O verdadeiro homem (ser humano) de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.
Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim se fez a outrem o que desejaria lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria. Sabe que sem a sua permissão nada acontece e se lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão porque coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita-nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que com ele não pensam.
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todo o esforço emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera”.
As palavras de Jesus e o comentário de Allan Kardec, do qual pinçamos, algumas considerações, nos mostram as condições ideais para pensarmos, falarmos e agirmos bem construindo e, assim, gradativamente construirmos o bem estar desejado, pois estaremos aprendendo como viver bem.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 19/08/2011, no Jornal Correio de Lins

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Quem ama, perdoa aos outros e a si próprio

Aylton Paiva
Sem dúvida entre a Terra e o Céu ocorrem muitas coisas, e somente ao longo dos anos é que as verdades vão se destacando das histórias, dos mitos e das ilusões.
A interação entre essas duas esferas de vidas é muito intensa e significativa.
Constantemente milhares de pessoas nascem para a Terra e milhares de pessoas partem para o Céu, no amplo sentido de vida espiritual.
Nessa inter-relação, os seres encarnados ajudam os seres espirituais e, por sua vez, estes amparam os que permanecem estagiários no mundo físico.
Para todos vigem as Leis do amor e da evolução.
No prosseguimento de suas tarefas, no mundo espiritual, André Luiz, habitante da cidade espiritual de Nosso Lar (1), relata as ações entre uns e outros em entrelaçamento de vidas através dos elos da paixão, do ódio, do amor, da dominação e do altruísmo no caminho do aprimoramento de seres e de sentimentos, no relatório intitulado: Entre a Terra e o Céu (2).
Analisando os fatos e as ações, comenta Emmanuel: “Desta história, recolhida por André Luiz entre a Terra e o Céu, destacam-se os impositivos do respeito que nos cabe consagrar ao corpo físico e o culto incessante de serviço ao bem, para retirarmos da romagem terrena as melhores vantagens à vida imperecível...”
...Aqui, os quadros fundamentais da narrativa nos são intimamente familiares...
O coração aflito em prece.
A mente paralisada na ilusão e na dor.
O lar varrido de provações.
A senda fustigada de lutas.
O desvario do ciúme.
Embates do pensamento.
Conflitos da emoção.
E sobre a contextura dos fatos puros e simples paira, por ensinamento central, a necessidade de valorização dos recursos que o mundo nos oferece para a reestruturação do nosso destino.
Em muitas ocasiões somos induzidos a fitar a ampliação celestial, incorporando energia para conquistar o futuro; entretanto, muitas vezes somos constrangidos a observar o trilho terrestre, a fim de entender o passado a que nosso presente deve a sua origem.
Neste livro, somos forçados a contemplar-nos por dentro, no chão de nossas experiências e de nossas possibilidades, para que não nos falhe o equilíbrio à jornada redentora, no rumo do porvir.
Dele surge a voz inarticulada do Plano Divino, exortando-nos sem palavras:
- A Lei é viva e a justiça não falha! Esquece o mal para sempre e semeia o bem cada dia!...
Ajuda aos que te cercam, auxiliando a ti mesmo! O tempo não para, e, se agora encontrastes o teu “ontem”, não olvides que o teu “hoje” será a luz ou a treva do teu “amanhã”!... (pág. 7 e 8)
Na história relatada vamos encontrar um grupo de almas que se aproximam pelo amor ou se repelem pelo ciúme, no enredo de paixões desequilibrantes.
Reencontram-se, no presente, para os necessários reajustes de condutas infelizes à época da Guerra do Paraguai, daí a afirmação de Emmanuel: "O tempo não para, e, se agora encontras o teu “ontem”, não olvides que o teu “hoje” será a luz ou a treva do teu “amanhã”.
E ao final, quando o grupo de almas está mais reajustado, assim ora o Mentor Espiritual Clarêncio:
- “...Faze-nos compreender, no campo que lutamos, a rica sementeira de renovação e fraternidade em que a todos nos cabe apreender. Que possamos, enfim, ser mais irmãos uns dos outros, no cultivo da paz, pelo esforço no bem...” (pág. 262).

Bibliografia:
(1)        Nosso Lar – André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB;
(2)        Entre a Terra e o Céu - André Luiz/F. C. Xavier – Ed. FEB.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado em 20/07/2011, no Jornal Correio de Lins