domingo, 10 de setembro de 2017

No mundo maior

Aylton Paiva
“Dos quatro cantos da Terra diariamente partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte. Vão-se de ilustres centros da cultura europeia, de tumultuarias cidades americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos.
Procedem das metrópoles, das vilas, dos campos...” (1) Pg. 1 do Prefácio
Com essas palavras inicia Emmanuel suas considerações sobre a questão do ser humano após a morte e os enigmas que a envolvem em todos os quadrantes do mundo físico e do mundo espiritual, que serão analisados por André Luiz, em mais um de seus cursos de aprendizagem teórica e prática na interação dos chamados: “vivos” e os impropriamente denominados “mortos”.
Ao lado do Assistente Calderaro deveria prestar socorro a espíritos em perturbação e desequilíbrio seja no plano físico quanto na dimensão espiritual.
Relata, ele: “O Assistente a seu turno, prestava serviço ativo na própria Crosta da Terra, a atender, de modo direto, aos irmãos encarnados.
Especializara-se na ciência do socorro espiritual, naquela que, entre os estudiosos do mundo, poderíamos chamar de “psiquiatria iluminada”, setor de realizações que há muito tempo me seduzia.” (2) pg. 15
Nesse maravilhoso trabalho de ação e estudo André Luiz penetrará os admiráveis labirintos do cérebro humano, não só em seu aspecto material, como, também, no aspecto espiritual.
Ao observar o cérebro sob a ótica espiritual, esclarece Calderaro: “No sistema nervoso, temos o cérebro inicial, repositório dos movimentos instintivos e sede das atividades subconscientes; figuremo-lo como sendo o portão da individualidade, onde arquivamos todas as experiências e registramos os menores fatos da vida. Na região do córtex motor, zona intermediária entre os lobos frontal e os nervos, temos o cérebro desenvolvido, consubstanciando as energias motoras de que se serve a nossa mente para as manifestações imprescindíveis no atual momento evolutivo do nosso modo de ser.
Nos planos dos lobos frontais, silenciosos ainda para a investigação cientifica do mundo jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução”. (1) pág. 46
Todavia, esses estudos não são apenas teóricos, porém se ligam a ações socorristas que são prestadas a encarnados e espíritos que se encontram em estados mentais, emocionais e espirituais de profundo desequilíbrio.
Analisando e auxiliando um processo de vingança espiritual em que a vítima, ex-empregado, assassinou o patrão, que lhe fora verdadeiro pai, desviando razoável fortuna em dinheiro, porém deixando intacto outro tanto.
Comportou-se como filho profundamente chocado com o latrocínio, amparando a viúva e tomando as necessárias providências para o momento.
Após algum tempo encaminha-se para oura grande cidade, aplica com propriedade a pequena fortuna de que se apropriará e, materialmente, vive bem a sua vida.
Obviamente, o ladrão nunca foi identificado, todavia do mundo espiritual a vitima, movida pelo ódio e desejo de vingança, tornar-se-ia o verdugo implacável objetivando levar o “filho adotivo” à loucura.
Esse doloroso drama que se projeta da esfera física para a dimensão espiritual encontra a solução não só no conhecimento profundo de Calderaro, como conta, também, com o amor irresistível espírito irmã Cipriana que desata o pesado elo de ódio e vingança entre ambos.
André Luiz nos conduz a outros dolorosos dramas calcados no desequilíbrio sexual, no labirinto da esquizofrenia, na psicose afetiva, na alienação mental em suas múltiplas manifestações.
Todavia, acima dessas inquietações sobrepaira a ação dos emissários do Amor colimando a solução justa, emoldurada pela prece de irmã Cipriana: “Senhor Jesus / Permanente inspiração de nossos caminhos / Abre-nos, por misericórdia / Como sempre / As portas excelsas / De tua providência incomensurável ...” (1) pág. 250.
André termina mais uma missão de sabedoria e amor e caminhando com ele, pelas páginas do seu relato, compreenderemos melhor a Vida e como vivê-la.

Bibliografia:
1 – No Mundo Maior, André Luiz/F. C. Xavier, Ed. FEB.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).


Obs.: Artigo publicado em 13/01/2012, no Jornal Correio de Lins

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