Aylton Paiva |
Conversávamos,
no grupo de estudo, sobre a convivência conjugal, na atualidade.
Cada
elemento do grupo manifestava os benefícios e dificuldades dessa convivência.
O
que mais preocupava eram as dificuldades.
O
coordenador da reunião aguardou que todos se manifestassem, subitamente
Eufrásio disse:
-
Ariel, o que você, com a sua experiência e seu conhecimento do Espiritismo pode
nos dizer.
O
coordenador falou:
-
Apreciei a troca de experiência entre vocês. Sob o ponto de vista da Doutrina
Espírita, o que posso lhes dizer é o seguinte:
Narra
o evangelista João que uma das primeiras manifestações públicas de Jesus,
revelando os seus poderes espirituais, foi nas bodas de Cana, onde, também,
estava presente a sua mãe. Consagrava, assim, o Mestre o valor e a importância
do casamento e da constituição da família.
Também
a Doutrina Espírita ressalta o valor e a necessidade para o próprio
desenvolvimento do ser humano, não só em seu aspecto material, como também no espiritual
o encontro do homem e da mulher no casamento.
Encontramos
em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o esclarecimento de que: “o
casamento é um progresso na marcha da humanidade” e que “a abolição do
casamento seria uma regressão à vida dos animais”, conforme as questões números
695 e 696.
A
solidez e a continuidade do casamento depende da convivência conjugal
harmoniosa fundamentada na autenticidade, honestidade e a compreensão de cada
componente do par das suas possibilidades e limitações.
Ao
longo dos séculos e dos milênios preponderou a posição do homem no comando da
mulher e mesmo dos filhos.
Essa
fase está marcada pelo predomínio da força física do homem, da mulher na função
de procriadora e criadora, a sua dependência econômica do homem e usos e
costumes que cerceavam a sua liberdade.
Porém,
no processo contínuo da evolução do ser humano e da sociedade, o domínio do
mundo exterior não depende mais da força física. A mulher teve reconhecido
muitos dos seus direitos e ela tem possibilidade de não ser mais dependente
economicamente do marido, ter exercício de sua cidadania, bem como os usos e
costumes da sociedade mudaram muito, nos últimos cem anos.
O
ambiente do lar mudou muito, onde imperava o domínio do marido e a submissão da
mulher, hoje deve existir a vivência democrática, quando direitos e deveres
devem ser respeitados reciprocamente.
No
entanto, o homem ainda traz fortes traços culturais do “machismo” que, por incrível
que pareça, começam a lhe ser inculcados pela própria mãe (o que acontece ainda
hoje).
Desta
forma, os conflitos entre os casais têm sido intensos, desgastantes e
avassaladores para ambos e com terríveis consequências para os filhos.
O
sentimento do amor deve ser expresso de forma concreta no relacionamento
humano.
Não
só a religião indica-nos a excelência do amor, como, também a Psicologia
oferece-nos “dicas” para vivenciá-lo no dia a dia.
Quando
surge um problema, para saber se estamos sabendo enfrentá-lo ou estamos “num
beco sem saída” ou é apenas uma questão transitória, os psicólogos propõem algumas
pistas:
1. Aprender a ouvir o
parceiro;
2. Ao tratar com o
parceiro sobre um problema é preciso moderação e inicialmente procurar
controlar-se emocionalmente;
3. Embora mostrando o
erro, revelar-se mais tolerante e compreensivo com o outro;
4. Aceitar, quando for
o caso, a necessidade de reparação do erro ou falha cometida, sendo consciente
de que nenhum ser humano é perfeito e está a salvo de cometer erros;
5. Observar que seu
parceiro quando discute é mais apaziguador do que você pensa, desde que você
saiba o que e como escutar.
E,
então, poderemos complementar:
A
oração e o estudo do Evangelho no lar constituem importante instrumento de
entendimento e pacificação para o casal.
Terminada
a fala de Ariel, novamente todos fizeram comentários e saíram com muitas coisas
para pensar e, sobretudo, fazer na convivência diária do lar.
Aylton
Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na
sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.:
Artigo publicado em 29/04/2011, no Jornal Correio de Lins
Nenhum comentário:
Postar um comentário