domingo, 4 de setembro de 2016

A convivência conjugal

Aylton Paiva
Conversávamos, no grupo de estudo, sobre a convivência conjugal, na atualidade.
Cada elemento do grupo manifestava os benefícios e dificuldades dessa convivência.
O que mais preocupava eram as dificuldades.
O coordenador da reunião aguardou que todos se manifestassem, subitamente Eufrásio disse:
- Ariel, o que você, com a sua experiência e seu conhecimento do Espiritismo pode nos dizer.
O coordenador falou:
- Apreciei a troca de experiência entre vocês. Sob o ponto de vista da Doutrina Espírita, o que posso lhes dizer é o seguinte:
Narra o evangelista João que uma das primeiras manifestações públicas de Jesus, revelando os seus poderes espirituais, foi nas bodas de Cana, onde, também, estava presente a sua mãe. Consagrava, assim, o Mestre o valor e a importância do casamento e da constituição da família.
Também a Doutrina Espírita ressalta o valor e a necessidade para o próprio desenvolvimento do ser humano, não só em seu aspecto material, como também no espiritual o encontro do homem e da mulher no casamento.
Encontramos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o esclarecimento de que: “o casamento é um progresso na marcha da humanidade” e que “a abolição do casamento seria uma regressão à vida dos animais”, conforme as questões números 695 e 696.
A solidez e a continuidade do casamento depende da convivência conjugal harmoniosa fundamentada na autenticidade, honestidade e a compreensão de cada componente do par das suas possibilidades e limitações.
Ao longo dos séculos e dos milênios preponderou a posição do homem no comando da mulher e mesmo dos filhos.
Essa fase está marcada pelo predomínio da força física do homem, da mulher na função de procriadora e criadora, a sua dependência econômica do homem e usos e costumes que cerceavam a sua liberdade.
Porém, no processo contínuo da evolução do ser humano e da sociedade, o domínio do mundo exterior não depende mais da força física. A mulher teve reconhecido muitos dos seus direitos e ela tem possibilidade de não ser mais dependente economicamente do marido, ter exercício de sua cidadania, bem como os usos e costumes da sociedade mudaram muito, nos últimos cem anos.
O ambiente do lar mudou muito, onde imperava o domínio do marido e a submissão da mulher, hoje deve existir a vivência democrática, quando direitos e deveres devem ser respeitados reciprocamente.
No entanto, o homem ainda traz fortes traços culturais do “machismo” que, por incrível que pareça, começam a lhe ser inculcados pela própria mãe (o que acontece ainda hoje).
Desta forma, os conflitos entre os casais têm sido intensos, desgastantes e avassaladores para ambos e com terríveis consequências para os filhos.
O sentimento do amor deve ser expresso de forma concreta no relacionamento humano.
Não só a religião indica-nos a excelência do amor, como, também a Psicologia oferece-nos “dicas” para vivenciá-lo no dia a dia.
Quando surge um problema, para saber se estamos sabendo enfrentá-lo ou estamos “num beco sem saída” ou é apenas uma questão transitória, os psicólogos propõem algumas pistas:
1.   Aprender a ouvir o parceiro;
2.   Ao tratar com o parceiro sobre um problema é preciso moderação e inicialmente procurar controlar-se emocionalmente;
3.   Embora mostrando o erro, revelar-se mais tolerante e compreensivo com o outro;
4.   Aceitar, quando for o caso, a necessidade de reparação do erro ou falha cometida, sendo consciente de que nenhum ser humano é perfeito e está a salvo de cometer erros;
5.   Observar que seu parceiro quando discute é mais apaziguador do que você pensa, desde que você saiba o que e como escutar.
E, então, poderemos complementar:
A oração e o estudo do Evangelho no lar constituem importante instrumento de entendimento e pacificação para o casal.
Terminada a fala de Ariel, novamente todos fizeram comentários e saíram com muitas coisas para pensar e, sobretudo, fazer na convivência diária do lar.
Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

Obs.: Artigo publicado em 29/04/2011, no Jornal Correio de Lins

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