domingo, 5 de fevereiro de 2017

Valores da juventude

Aylton Paiva
A adolescência é um difícil período de buscas para o ser.
É a fase de grandes transformações no corpo físico e na mente.
Ocorre um banho de hormônios que vão modificando o corpo da criança, do pré-adolescente, menino ou menina, transformando-os no mocinho ou na mocinha.
É o momento em que eles procuram novos pontos de apoio para a organização física e, até, às vezes, ficam meio “desengonçados” para encontrar esse ponto de equilíbrio. Também suas emoções entram em “ebulição”.
Normalmente, os pais, com mais ou menos preocupações, acompanham essas mudanças esforçando-se para cercar o filho ou a filha de meios que lhes facilitem a adaptação com a nova fase orgânica.
Agora eles querem se “enturmar” e o grupo tem os seus valores, seus modismos, suas formas de começar a ver e sentir o mundo ”com olhos de adultos”.
Os pais se preocupam em oferecer boas instruções em escolas e “cursinhos” preparatórios para ingresso na Faculdade.
Então o sonho almejado: o filho ou a filha, em futuro breve, com o diploma de médico, engenheiro, advogado, especialista em ciência da computação, etc.
E o “pós sonho”: muito bem empregado, ganhando bastante dinheiro e elevado padrão social e, obviamente, “muito bem casado”.
Nem sempre, mesmo para os pais que tem bom poder financeiro, essa realização dos filhos é tão simples e tão fácil.
Alguns, quando acordam, dolorosamente estarrecidos constatam que o filho ou a filha querida não seguiu o caminho sereno e tranquilo das realizações desejadas. Tomou o atalho das ruelas: da irresponsabilidade, do alcoolismo, das drogas e até mesmo da delinquência.
Já ouvi alguns, dolorosa e desesperadamente, dizerem:
- Onde foi que eu errei? Fiz tudo o que podia por ele (ou por ela)?
A questão vem na segunda pergunta-resposta: “fiz tudo o que podia...”
Sim, às vezes, fez tudo, fez muito! Demais. Instruiu, mas não educou passando valores morais e éticos.
Sim, a instrução que prepara intelectualmente o jovem para o sucesso profissional é importante. Todavia, mais importante é a educação que transmite valores essenciais à dignidade e aos valores humanos.
Todo ser humano precisa ter valores de direitos e deveres.
Noções e vivencias de fraternidade e solidariedade, começando dentro do próprio lar e se projetando para a vida em sociedade.
O jovem precisa ter valores de auto-estima.
Desenvolver a confiança em si mesmo.
Ter muito claro os deveres para consigo mesmo: cuidar da saúde do corpo, cultivar a saúde emocional, mental e afetiva.
Saber dos seus compromissos para vida em sociedade: saber preservar e defender os próprios direitos e respeitar os direitos do próximo.
Além dos pais e educadores, importante agência para transmitir e exercitar esses valores no jovem é a religião.
Não a religião como instituição humana, que às vezes, desenvolve anti-valores morais de: superioridade, de fanatismo, de egoísmo de grupo (só eles são eleitos de Deus), de separatismo (chegam a desagregar famílias, porque outro membro é de outra denominação religiosa).
Sim, a religião que desenvolve a religiosidade: o amor e respeito ao Criador da Vida e do Universo, o amor à natureza, a fraternidade e a solidariedade, com o devido respeito ao outro em sua forma de ser.
A juventude há que ser alimentada com os valores do Amor a Deus, à Vida, ao próximo e ao Universo.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado em 02/09/2011, no Jornal Correio de Lins

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