Aylton Paiva |
A
adolescência é um difícil período de buscas para o ser.
É
a fase de grandes transformações no corpo físico e na mente.
Ocorre
um banho de hormônios que vão modificando o corpo da criança, do
pré-adolescente, menino ou menina, transformando-os no mocinho ou na mocinha.
É
o momento em que eles procuram novos pontos de apoio para a organização física
e, até, às vezes, ficam meio “desengonçados” para encontrar esse ponto de equilíbrio.
Também suas emoções entram em “ebulição”.
Normalmente,
os pais, com mais ou menos preocupações, acompanham essas mudanças
esforçando-se para cercar o filho ou a filha de meios que lhes facilitem a
adaptação com a nova fase orgânica.
Agora
eles querem se “enturmar” e o grupo tem os seus valores, seus modismos, suas
formas de começar a ver e sentir o mundo ”com olhos de adultos”.
Os
pais se preocupam em oferecer boas instruções em escolas e “cursinhos”
preparatórios para ingresso na Faculdade.
Então
o sonho almejado: o filho ou a filha, em futuro breve, com o diploma de médico,
engenheiro, advogado, especialista em ciência da computação, etc.
E
o “pós sonho”: muito bem empregado, ganhando bastante dinheiro e elevado padrão
social e, obviamente, “muito bem casado”.
Nem
sempre, mesmo para os pais que tem bom poder financeiro, essa realização dos
filhos é tão simples e tão fácil.
Alguns,
quando acordam, dolorosamente estarrecidos constatam que o filho ou a filha
querida não seguiu o caminho sereno e tranquilo das realizações desejadas.
Tomou o atalho das ruelas: da irresponsabilidade, do alcoolismo, das drogas e
até mesmo da delinquência.
Já
ouvi alguns, dolorosa e desesperadamente, dizerem:
-
Onde foi que eu errei? Fiz tudo o que podia por ele (ou por ela)?
A questão vem na segunda
pergunta-resposta: “fiz tudo o que podia...”
Sim, às vezes, fez tudo, fez muito!
Demais. Instruiu, mas não educou passando valores morais e éticos.
Sim, a instrução que prepara
intelectualmente o jovem para o sucesso profissional é importante. Todavia,
mais importante é a educação que transmite valores essenciais à dignidade e aos
valores humanos.
Todo ser humano precisa ter valores de
direitos e deveres.
Noções e vivencias de fraternidade e
solidariedade, começando dentro do próprio lar e se projetando para a vida em
sociedade.
O jovem precisa ter valores de auto-estima.
Desenvolver a confiança em si mesmo.
Ter muito claro os deveres para consigo
mesmo: cuidar da saúde do corpo, cultivar a saúde emocional, mental e afetiva.
Saber dos seus compromissos para vida em
sociedade: saber preservar e defender os próprios direitos e respeitar os direitos
do próximo.
Além dos pais e educadores, importante
agência para transmitir e exercitar esses valores no jovem é a religião.
Não a religião como instituição humana,
que às vezes, desenvolve anti-valores morais de: superioridade, de fanatismo,
de egoísmo de grupo (só eles são eleitos de Deus), de separatismo (chegam a
desagregar famílias, porque outro membro é de outra denominação religiosa).
Sim, a religião que desenvolve a
religiosidade: o amor e respeito ao Criador da Vida e do Universo, o amor à
natureza, a fraternidade e a solidariedade, com o devido respeito ao outro em
sua forma de ser.
A juventude há que ser alimentada com os
valores do Amor a Deus, à Vida, ao próximo e ao Universo.
Aylton
Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na
sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado em
02/09/2011, no Jornal Correio de Lins
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