domingo, 1 de outubro de 2017

A resignação e a resistência

Aylton Paiva
“Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados” Jesus (Mateus, cap. V, v.5).
No sentido em que Jesus ofereceu o consolo aos que choram depreende-se que esse choro é causado pela aflição do sofrimento; por algum tipo de dor, seja ela física ou moral.
Dificilmente haverá uma pessoa que ao atingir a maioridade não tenha sofrido algum tipo de dor. Que, de alguma maneira, não tenha vertido o pranto dolorido.
Diante da dor poderemos adotar dois tipos de comportamento: a resignação e a resistência.
No dicionário Aurélio encontramos a seguinte definição para resignação: “3. Submissão paciente aos sofrimentos da vida”.
Nele encontramos, também, com a definição para resistência: “3. Força que defende um organismo do desgaste de doença, cansaço, fome, etc.”
No decorrer da vida, o ser humano depara-se com dores como: doenças, fracasso financeiro, fracasso amoroso, morte, entre outros tantos.
Como reagir, então, ante os sofrimentos?
Poderemos ter dois tipos de comportamento: resignação – comportamento passivo e a resistência – comportamento ativo que busca solução para acabar ou diminuir o sofrimento.
No enfrentamento ao sofrimento deveremos ter as seguintes atitudes:
1.   Ter uma percepção clara da fonte do sofrimento.
Separar aquilo que é real da imaginação.
2.   Analisar os possíveis recursos para superar a dor.
Como deveremos agir com entendimento, bom senso e o que fazer para sobrepujar a dor.
3.   Aceitar o que pode e o que não pode ser modificado, mudando a forma de enfrentamento para uma ação ou vivência mais adequada e que diminua o sofrimento.
Compreensão realista para agir adequadamente.
4.   Os fatos são importantes (causas da dor), porém o mais importante é a maneira como se enfrenta os fatos (estado emocional), de modo realista ou fantasioso.
Ter, dessa forma, a visão clara do foco da dor e da melhor forma de se comportar diante dele, procurando sentir a realidade e fugir da ilusão e da imaginação exacerbada.
Seguindo esses passos poderemos enfrentar a dor melhor preparados para agir pelo caminho da resignação ou pela senda do enfrentamento.
Estaremos, deste modo, aparelhados, com equilíbrio emocional, para calmamente atuarmos a fim de eliminar ou diminuir a dor que nos aflige.
É atribuída ao teólogo Reinhold Niebuhr a oração da Serenidade, que assim propõem: “Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras”.
Consideremos, ainda, o Espiritismo nos ensina que a dor, seja ela qual for, não é um castigo divino, pois Deus não castiga, Ele educa e aprimora seus filhos, suas criaturas, pelos caminhos da evolução no sentido da felicidade.
Portanto, a dor tem um caráter educativo e precisamos, pois, retirar dela as experiências pedagógicas que nos oferece.
Resignação e resistência são dois instrumentos importantes na construção da nossa felicidade.
Vamos treinar para usá-las sempre e, cada vez, de forma mais apropriada e eficiente.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).


Obs.: Artigo publicado em 20/01/2012, no Jornal Correio de Lins

Um comentário:

  1. Excelente texto senhor Aylton. Continue escrevendo estes textos maravilhosos para nós pois precisamos ler coisas boas no nosso dia-a-dia,que Jesus o abençoe e ilumine sempre.

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