À porta de uma loja de eletrodomésticos, aguardava
minha esposa que conversava com o vendedor sobre as condições de compra de um
objeto que ela precisava.
Um adolescente, acompanhando os pais, que também faziam
compra na loja, tomava refrigerante em um copo plástico, descartável.
Saboreou o líquido até as últimas gotas, depois se
aproximou da porta e atirou o copo em direção à rua, onde, naquele momento,
passavam veículos.
Próximo dele havia um cesto para coletar lixo.
Passados alguns dias, vou caminhando pela calçada.
Alguns passos adiante seguem duas jovens, com o característico jaleco branco de
quem trabalha na área da saúde.
As duas pararam. Uma delas abaixou-se pegou um copo
plástico, vazio, com o característico símbolo de famosa empresa multinacional
de refrigerantes, que estava jogado no chão.
Continuaram a caminhada e eu, seguindo, o meu rumo
normal, atrás e observando...
Mais alguns quarteirões e divisaram um coletor público
de lixo.
A que segurava o copo aproximou-se e depositou o
entulho plástico no lugar adequado e seguiram alegremente conversando.
Este episódio, mentalmente, ligou-me com o outro.
Aquele do jovem na loja.
No mesmo instante refleti: cenas da rua, vivências da
vida.
De uns tempos a esta parte os princípios de educação e
ecologia vêm sendo divulgados pela escola, pela televisão, por revistas e
jornais.
É quase impossível que uma pessoa vivendo em um lar,
frequentando uma escola, assistindo programas na televisão não saiba que não se
deve atirar um copo plástico na rua, ainda mais em direção a veículos
transitando pelo local.
É quase absoluta a certeza de que o jovem sabia que seu
ato transgredia as normas de educação e de respeito ao meio ambiente.
Por algum motivo as formas de educação não estavam
funcionando para o jovem.
Por outro lado, as jovens profissionais, que entraram
em uma clínica de fisioterapia, onde, por certo, trabalhavam, “perderam” um
momento para atender ao interesse da coletividade e procuraram sanar o ato de
outro deseducado que havia lançado outro copo de plástico na via pública.
Eram jovens educadas e conscientes do respeito
ecológico pelo planeta Terra, que se reflete sim no, aparente, simples ato de
recolher um lixo plástico da rua.
Só para refletirmos nessa contaminação: copo plástico
leva de 200 a 450 anos para se desintegrar; lata de alumínio: 100 a 500 anos;
garrafa de plástico: mais de 500 anos, pilhas e baterias: 100 a 500 anos, com
grave contaminação no solo e na água que ele contém.
Portanto, o amor ao próximo, o amor à vida, o amor ao
planeta depende tanto de providências tão simples como a de destinar o lixo
orgânico e inorgânico ao lugar certo quanto aos grandes atos de preservação
ambiental desse organismo vivo que é a nossa casa planetária.
A Doutrina Espírita, expressa em O Livro dos Espíritos
(1), em sua Terceira Parte – Das Leis Morais, nos capítulos: V – Da Lei da
Conservação e VI – Da Lei da Destruição, conceitos sobre a necessidade de atos
de preservação da vida e do planeta.
Destarte, as cenas de rua relatadas se projetam em
vivências comportamentais para a conservação ou destruição da vida e do nosso
admirável e maravilhoso planeta.
Vamos refletir:
Estamos atirando copos plásticos na rua ou estamos
colhendo os jogados e depositando-os, com amor, nos recipientes de preservação
da Vida?
Bibliografia:
1 – O Livro dos
Espíritos, Allan Kardek, Ed. FEB.
Aylton Paiva é estudioso
da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado
em 03/02/2012, no Jornal Correio de Lins
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