Conversava com amigo sobre temas variados, sem maior
preocupação, quando ele me disse:
- Sabe, eu não acredito em felicidade.
Às vezes você está bem e, de repente, surge um problema:
ou com você, com familiares, no ambiente de trabalho, ou, sei lá, em qualquer
lugar ou em qualquer tempo.
Puxa, é só problema por toda parte!
- Calma, Augusto. Depende de como você está procurando
a felicidade ou o bem estar.
Por sinal, tenho aqui, na pasta, umas anotações que fiz
para basear a palestra proferida alguns dias na Casa dos Espíritas.
Você quer ler as anotações, o resumo?
- Não sei se vai adiantar, mas deixe-me ler.
Passei-lhe a folha com as anotações, esclarecendo:
olhe, em primeiro lugar essas anotações se dirigem a mim mesmo, tá?
Ele principiou a ler:
A nossa vida diária é repleta de lições que deveremos
aprender para prosseguirmos em nosso caminho de aprendizagem que nos leva,
gradativamente, à ampliação da capacidade de sermos felizes.
A felicidade, em nossas vidas, não é algo que possamos
encontrar pronta para ser adquirida em lojas, farmácias, casas de diversões ou
qualquer outro lugar material.
A felicidade é um estado psicológico e espiritual que
precisamos construir, diariamente.
Para construirmos essa felicidade, necessitamos
enfrentar permanentemente os desafios que se situam adiante de nós: carência de
recursos financeiros, problemas na família, doenças, perda de emprego, morte e
outros.
Desses problemas, alguns podem e devem ser resolvidos
com a nossa ação consciente e previdente, outros não temos como eliminá-los de
nossas vidas e, então, é necessário saber como suportá-los, como, por exemplo,
uma doença incurável ou a morte.
Muitas vezes as questões enfrentadas por duas pessoas
são iguais ou semelhantes, porque tão diferentes reações?
O fato ou os fatos podem ser os mesmos, contudo cada um
repercute diferente em cada uma delas.
Para algumas pessoas perda significa perda mesmo:
nulidade, anulação, desespero e revolta; para outras, perda significa: ganho,
acréscimo, experiência válida para novas realizações.
Daí a importância e o significado de como nós,
emocional, sentimental e espiritualmente reagimos diante desses fatos.
Ante os impactos emocionais produzidos pelos problemas,
precisamos construir a segurança íntima que nos proporcionará a desejável
serenidade.
Uma das condições para a construção da felicidade é
esforçarmo-nos para desenvolver a paz, como fruto da compreensão e da ação assertiva.
Também será interessante observarmos que os nossos
problemas não são apenas nossos, mas outras pessoas também passam ou já
passaram por eles, como nossos familiares.
Para livrar-nos da ansiedade é indispensável
entendermos que os nossos entes queridos têm os seus próprios caminhos e ajudar
não é impor, exigir ou dominar.
Como vemos, a ampliação da nossa felicidade depende não
só de nós mesmos no roteiro de nossas vidas, mas, também, de compreendermos a
vida e a vivência daqueles que partilham o nosso existir.
Augusto terminou de ler, ficou algum tempo olhando para
o papel.
Em seguida, disse:
- Me dê uma cópia. Não é fácil, mas vale a pena tentar
seguir.
Aylton Paiva é estudioso
da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado
em 10/02/2012, no Jornal Correio de Lins
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