domingo, 3 de dezembro de 2017

À procura da felicidade

Conversava com amigo sobre temas variados, sem maior preocupação, quando ele me disse:
- Sabe, eu não acredito em felicidade.
Às vezes você está bem e, de repente, surge um problema: ou com você, com familiares, no ambiente de trabalho, ou, sei lá, em qualquer lugar ou em qualquer tempo.
Puxa, é só problema por toda parte!
- Calma, Augusto. Depende de como você está procurando a felicidade ou o bem estar.
Por sinal, tenho aqui, na pasta, umas anotações que fiz para basear a palestra proferida alguns dias na Casa dos Espíritas.
Você quer ler as anotações, o resumo?
- Não sei se vai adiantar, mas deixe-me ler.
Passei-lhe a folha com as anotações, esclarecendo: olhe, em primeiro lugar essas anotações se dirigem a mim mesmo, tá?
Ele principiou a ler:
A nossa vida diária é repleta de lições que deveremos aprender para prosseguirmos em nosso caminho de aprendizagem que nos leva, gradativamente, à ampliação da capacidade de sermos felizes.
A felicidade, em nossas vidas, não é algo que possamos encontrar pronta para ser adquirida em lojas, farmácias, casas de diversões ou qualquer outro lugar material.
A felicidade é um estado psicológico e espiritual que precisamos construir, diariamente.
Para construirmos essa felicidade, necessitamos enfrentar permanentemente os desafios que se situam adiante de nós: carência de recursos financeiros, problemas na família, doenças, perda de emprego, morte e outros.
Desses problemas, alguns podem e devem ser resolvidos com a nossa ação consciente e previdente, outros não temos como eliminá-los de nossas vidas e, então, é necessário saber como suportá-los, como, por exemplo, uma doença incurável ou a morte.
Muitas vezes as questões enfrentadas por duas pessoas são iguais ou semelhantes, porque tão diferentes reações?
O fato ou os fatos podem ser os mesmos, contudo cada um repercute diferente em cada uma delas.
Para algumas pessoas perda significa perda mesmo: nulidade, anulação, desespero e revolta; para outras, perda significa: ganho, acréscimo, experiência válida para novas realizações.
Daí a importância e o significado de como nós, emocional, sentimental e espiritualmente reagimos diante desses fatos.
Ante os impactos emocionais produzidos pelos problemas, precisamos construir a segurança íntima que nos proporcionará a desejável serenidade.
Uma das condições para a construção da felicidade é esforçarmo-nos para desenvolver a paz, como fruto da compreensão e da ação assertiva.
Também será interessante observarmos que os nossos problemas não são apenas nossos, mas outras pessoas também passam ou já passaram por eles, como nossos familiares.
Para livrar-nos da ansiedade é indispensável entendermos que os nossos entes queridos têm os seus próprios caminhos e ajudar não é impor, exigir ou dominar.
Como vemos, a ampliação da nossa felicidade depende não só de nós mesmos no roteiro de nossas vidas, mas, também, de compreendermos a vida e a vivência daqueles que partilham o nosso existir.
Augusto terminou de ler, ficou algum tempo olhando para o papel.
Em seguida, disse:
- Me dê uma cópia. Não é fácil, mas vale a pena tentar seguir.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).


Obs.: Artigo publicado em 10/02/2012, no Jornal Correio de Lins

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