Estamos vivendo dias de alegria.
A alegria é um dos objetivos da vida, mas sempre que
atingimos outros objetivos eles produzem, igualmente, a alegria.
Portanto, a alegria é algo que sempre queremos
vivenciar.
É claro que a alegria não pode ser sentida apenas pela
sensibilidade do corpo físico, seja pelo som, pela bebida, pela comida, pelo
prazer sexual.
Para que a alegria seja efetiva é necessário que,
também, o espírito partilhe dessas sensações e de maneira que elas não sejam
apenas momentâneas e após a sua fruição restem os danos morais emocionais e
mesmo físicos.
Recentemente tivemos os tristes exemplos de duas jovens
cantoras, de sucesso internacional.
Com a voz características de que foram dotadas, saíram
do anonimato e galgaram a longa e perigosa escada da fama.
Com o sucesso e o dinheiro passaram a usufruir os
chamados “prazeres da vida”. E quem se arroja por esse labirinto vai passando
da bebida alcoólica, às drogas mais leves, enfileirando-as numa sequencia
terrível, até chegar às mais pesadas.
De modo geral, emoldurando esse triste e nefando quadro
o sexo desabrido, sem compromisso, sem responsabilidade para com o outro. Seja
o parceiro ou filhos que surgem desses encontros carnais conturbados.
Essas duas jovens, dois ícones de sucesso como cantoras
revelam, com todas as letras, que nem toda alegria leva à felicidade e ao bem
estar.
A última que abalou o mundo musical e os fãs foi
Whitney Houston.
Iniciou cantando em uma igreja e terminou sua breve
existência física em uma banheira, talvez afogada.
As suas fotos, no início de suas carreiras, revelam-nas
belas, saudáveis, expressões de rosto de bem com a vida.
Quase ao término de suas vidas físicas, seus retratos
denotam a tristeza da degradação humana; corpos em frangalhos, almas em
desespero.
Teremos nestes dias o chamado reinado de momo, o
reinado do carnaval.
No carnaval temos o clima da alegria.
Nele há musica, os movimentos da dança, o agito, os
pulos e a grande liberação dos hormônios cerebrais que produzem a alegria e o
contentamento e, para muitos, também, a excitação dos hormônios sexuais.
Infelizmente, infelizmente surgem os excessos, que são
sempre prejudiciais.
Buscamos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec,
esclarecimentos sobre esse desejo, que pode se tornar incontido e prejudicial.
Na Questão nº 907, encontramos a indagação por ele
formulada aos Mentores Espirituais:
- “Visto que o principio das paixões está na natureza,
ela é mau em si mesmo?”.
A resposta oferecida foi
elucidativa:
- “Não, a paixão está no excesso acrescentado à
vontade, porque o principio foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem
levá-lo a grandes coisas, sendo o abuso que delas se faz que causa o mal”.
Na questão seguinte complementam:
“As paixões são como um cavalo que é útil quando está
dominado e que é perigoso, quando ele é que domina.
Reconheceis, pois, que uma paixão torna-se perniciosa a
partir do momento em que não podeis governá-la e que ela tem por resultado um
prejuízo qualquer para vós ou para outrem”.
Mais adiante, na mesma questão, Kardec esclarece: “...
O princípio das paixões, portanto, não é um mal, visto que repousa sobre uma
das condições providenciais de nossa existência. A paixão, propriamente dita, é
o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Ela está no excesso e não na
causa, e esse excesso torna-se um mal quando tem por consequência um mal
qualquer”.
Gozemos, pois, a alegria que dá alegria e evitemos a
alegria que dá tristeza e infelicidade.
Aylton Paiva é estudioso
da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).
Obs.: Artigo publicado
em 17/02/2012, no Jornal Correio de Lins
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