domingo, 6 de maio de 2018

A maledicência


Terminada a sessão mediúnica, Roberto e os companheiros prestaram-se para a saída do Centro Espírita Paz e Fraternidade.
Almerina comentou com entonação fraterna e estimulante:
- Roberto, seu comentário sobre a importância da palavra foi muito oportuno.
- Você achou, Almerinda? Realmente me senti bem amparado pela espiritualidade... ao lado da minha preparação no estudo do tema...
O grupo de companheiros acompanhava o diálogo com atenção e interesse.
Nós, do lado espiritual, regozijamo-nos com o conteúdo da palestra e com o diálogo edificante.
Mas alguns passos e cruzaram a soleira da porta do templo.
O ambiente espiritual se fez mais pesado.
Subitamente a fisionomia dos dialogadores modificou-se.
Diz Roberto, mudando o tom da conversa e da entonação:
- Pois é, gente, como é bom estarmos preparados para a tarefa... mas vocês viram que o Reginaldo não estava com boa cara. Ele queria fazer a preleção... contudo ele não está preparado...
- Realmente – atalhou Genésio -, quem é ele, ainda, para usar a tribuna espírita...
Subitamente, um espírito vestido igual a um palhaço estilizado acercou-se de Roberto, que passou a relatar detalhes da vida particular de Reginaldo.
Os companheiros estavam, agora, cercados de pesadas nuvens e o espírito, brincalhão e inconsequente, ria a cada tirada mais maliciosa.
- Mas quem é esse terrível obsessor brincalhão? - indaguei.
- É o obsessor da “fofoca”, tecnicamente denominada maledicência -, respondeu o Mentor Espiritual que nos acompanhava na excursão de aprendizagem sobre ser e parecer. E acrescentou ele:
- Não foi à toa que o Mestre Jesus nos exortou: “Orai e vigiai”!

Hilário Silva

Psicografado em reunião privativa, na cidade de Lins, em 05/05/1999.

Fonte:
Histórias e Recados do Mundo Espiritual – Depoimentos e Reflexões
Psicografia de Aylton Paiva – 2ª edição – Mythos Editora Ltda.

Aylton Paiva é estudioso da Doutrina Espírita para sua aplicação na pessoa e na sociedade (www.ayltonpaiva.blogspot.com).

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