Chico Xavier regressava do trabalho de
assistência numa vila, em companhia de vários confrades. Uma senhora comentou:
– Chico, foi muito bom. O ambiente estava
ótimo. Eu me senti maravilhosamente bem!
O médium respondeu: – Minha filha, aquele
serviço é o meu guarda-chuva, a minha cobertura espiritual. Os Espíritos amigos
daquele povo (os pobrezinhos) vêm todos me ajudar.
A Doutrina Espírita é pródiga em exemplos
sobre o valor da prática do Bem, situando-a como moeda abençoada que substitui
a do sofrimento no resgate de nossas dívidas, conforme a expressão feliz do
apóstolo Pedro, em sua primeira epístola (4:8): O amor cobre uma multidão dos pecados.
Consideremos alguns princípios básicos:
a Terra é um Mundo de Expiação e Provas,
conforme a definição de Allan Kardec, em O
Evangelho segundo o Espiritismo.
Em
face de nossa imaturidade, contraímos dívidas no pretérito, oriundas do
comprometimento com o vício, a ambição, o desatino, a maldade… A dor é a moeda
cunhada pela Justiça Divina para o resgate de nossos débitos. Detalhe animador:
a Divina Misericórdia nos oferece uma moeda alternativa: o Amor, que se exprime
no esforço da caridade.
Quando esta realidade for plenamente
assimilada, teremos multidões empenhadas em atender as carências do próximo,
num saudável e estimulante Campeonato do
Bem. Vencedores serão sempre os que mais estiverem dispostos a servir,
conquistando os lauréis da paz e da felicidade.
Jesus já se reportava ao assunto, ao
informar que o maior será sempre aquele que se faça servo de todos. Quando esse
abençoado espírito de serviço orientado pela fraternidade for plenamente
observado, estaremos habilitados à promoção de nosso planeta. A Terra será um
Mundo de Regeneração, onde o egoísmo, o pensar em si mesmo, será substituído
pelo altruísmo, o pensar nos outros.
No episódio narrado, Chico demonstra algo
mais: todos temos mentores espirituais, familiares e amigos desencarnados que
procuram aplanar nossos caminhos, ajudando-nos a cumprir compromissos, a
superar dificuldades e limitações.
Essa realidade, tão bem demonstrada pela
Doutrina Espírita, está presente em todas as culturas e religiões, que nos
falam em anjos, protetores espirituais e guias. Deus jamais nos deixa entregues
à própria sorte. Ainda que na Terra, atendendo as contingências humanas, alguém
possa sentir-se solitário e desamparado, sempre haverá benfeitores espirituais
ao seu redor, procurando levantar-lhe o ânimo e mobilizar recursos de socorro
em seu benefício.
Obviamente, para que possam fazê-lo de
forma concreta, necessitam do concurso de pessoas de boa vontade, sintonizadas
com o Bem, capazes de captar seus apelos e oferecer algo de seus recursos, de
suas iniciativas, de seu trabalho…
Esses numes tutelares sempre serão
agradecidos àqueles que ajudem seus tutelados a enfrentar dificuldades e dores.
O esforço em favor do próximo não apenas melhora nosso padrão vibratório,
colocando-nos em contato com as fontes da Vida, como favorece uma rede de
proteção espiritual formada por esses Espíritos.
Quando ajudamos alguém em suas
dificuldades, exercitando solidariedade, somos ajudados por seus benfeitores
espirituais, a exercitarem a gratidão.
Portanto, leitor amigo, quando você, em
contato com as carências alheias, sentir o impulso de algo fazer em benefício
de seu irmão, lembre-se de que há entidades espirituais a inspirá-lo.
Falam ao seu coração, rogando que lhes
empreste as mãos, a fim de que possam, por intermédio delas, socorrer seus
tutelados.
E esteja convicto de algo muito importante:
quanto maior o Bem que você estender ao redor de seus passos, ajudando o
próximo, maior será o número de Espíritos agradecidos a ajudá-lo.
Perseverando nesse propósito, quando chegar
sua hora de retorno à pátria espiritual, terá uma multidão a oferecer-lhe boas-vindas.
Melhor ainda: eles testemunharão, na alfândega da espiritualidade, que você tem
passe livre para os páramos celestiais.
Richard Simonetti
e-mail:
richardsimonetti@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário