O
grande temor do pensamento religioso é de que os avanços científicos acabem por
eliminar a ideia de Deus, impondo uma concepção materialista para o universo e
a vida.
O Espiritismo nos
ensina que não devemos temer a Ciência. Não obstante seus desvios, ela é de
inspiração divina.
Embora separadas no
estágio atual, Ciência e Religião caminham em linhas paralelas que fatalmente
se encontrarão, quando os religiosos forem mais racionais e os cientistas menos
pretensiosos.
E há perguntas que
a Ciência jamais conseguirá responder, enquanto não aceitar a existência de um
Criador.
Admita-se que o
Universo começou a partir de uma grande concentração de energia que deu origem
ao big-bang.
E daí?
Quem produziu essa
energia?
Quem instituiu as
leis que regem a matéria?
A matéria,
normalmente entrópica – tende à desordem –, organiza-se, favorecendo o
aparecimento da vida, que se multiplica e se desenvolve, até produzir um ser
capaz de exercitar a razão.
Aparentemente, uma
contradição.
Quem a programou
para isso?
Na criação da
matéria, na sustentação das leis naturais e na perfectibilidade dos seres
vivos, forçosamente há um idealizador, um planejador e executor.
O cientista, irracionalmente, fantasiará – acaso.
O
religioso, inteligentemente,
equacionará – Deus.
Pessoas há que,
olhando as misérias humanas, as injustiças sociais, a confusão do Mundo,
questionam:
– Se Deus
existisse, justo e sábio como o exaltam, nada disso deveria acontecer.
É que na Terra
enxergamos precariamente.
Observamos detalhes
do programa divino, sem uma visão abrangente e objetiva. Se abrirmos um ovo
choco ficaremos nauseados com aquela massa disforme, sanguinolenta, e o odor
fétido.
Mas, se esperarmos
alguns dias e deixarmos a Natureza seguir seu curso, veremos um dos fenômenos
mais belos da Vida:
A casca do ovo será
rompida de dentro para fora e surgirá adorável pintainho.
O mesmo acontece
com os homens, nesta incubadora divina que é a Terra.
Habitantes de
Mundos mais evoluídos que nos visitem, ficarão horrorizados com os resquícios
de animalidade que prevalecem em nosso comportamento, sustentando a confusão
das coletividades e o sofrimento das pessoas.
Todavia, trata-se
de mera contingência. Criados para a angelitude, estamos “em gestação”, às
voltas com os complexos mecanismos de nossa evolução.
Um dia, daqui a
milhares de anos, quando a Humanidade houver completado sua formação espiritual,
superando a animalidade, “nasceremos” finalmente, cumprindo gloriosa
destinação, rumo à angelitude.
Se você, leitor
amigo, situa-se entre as pessoas infelizes, doentes, deprimidas, desorientadas,
que procuram alívio no Espiritismo, talvez possam parecer-lhe ociosas,
distantes de seu interesse e de suas necessidades, essas informações
relacionadas com o Universo e a Vida.
Gostaria, talvez,
que tudo fosse mais simples e direto. Que pudesse conquistar a paz na Terra e
as bem-aventuranças no Céu, efetuando contribuições para os serviços religiosos
ou submetendo-se a ritos e rezas.
A Doutrina Espírita
ensina diferente.
Males variados que
nos afligem são decorrentes de nossas imperfeições e mazelas. Por isso, para
superá-los é preciso alargar os horizontes de nosso entendimento, definindo por
que estamos usando um escafandro de carne, mergulhados na matéria densa.
Consideremos, nesse
aprendizado, algo fundamental:
O nascer da
Humanidade para as glórias da Criação poderá levar milênios, com a promoção de
nosso planeta na sociedade dos Mundos.
Não obstante,
individualmente, podemos nascer desde a presente encarnação, a partir de três
iniciativas básicas:
O estudo, buscando
uma visão objetiva do Universo e da Vida.
A reflexão, o
empenho de fazer repercutir o conhecimento em nosso comportamento, procurando
padrões mais nobres, mais espiritualizados.
A prática do Bem,
em todos os momentos de nosso dia, na vivência do sagrado princípio evangélico,
enunciado por Jesus, registrado por Mateus (capítulo V), que resume a Lei e
os Profetas, segundo o Mestre, isto é, resume todo o
conhecimento passível de nos realizar como filhos de Deus:
Tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a
eles.
Richard Simonetti
e-mail: richardsimonetti@uol.com.br
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